"Antecipamos porque avaliamos que há um risco importante de surtos e epidemias em Estados brasileiros. Em 19 deles, o risco é alto ou muito alto", disse. Temporão afirmou que as cidades brasileiras de maior porte (com densidade populacional acima de 697 habitantes por km²) são as que têm mais risco de epidemia da doença.
Para tentar diminuir os casos da doença no País, o ministério lançou, ainda, uma nova ferramenta de avaliação do risco de epidemia nas cidades brasileiras, o Risco Dengue. Essa nova forma de avaliação vai indicar os "pontos quentes", áreas do País que têm maiores chances de sofrer com surtos da doença.
As estratégias de combate à dengue do governo incluem visitas domiciliares, mutirões de limpeza urbana, reforço na coleta de lixo, eliminação e tratamento de criadouros nas casas, aplicação de larvicidas e inseticidas e armadilhas para monitoramento do mosquito.
O governo federal vai adquirir e fornecer para Estados e municípios 263 mil l de inseticida, 3 t de larvicidas, 20 aparelhos de fumacê, 800 mil l de soro, 1 milhão de comprimidos de paracetamol e 1 milhão de envelopes de sais de reidratação oral. O orçamento reservado somente para essas ações entre 2009 e 2011 é de R$ 1,020 bilhão.
Vacina
O ministro Temporão admite, no entanto, que as estratégias não conseguem acabar com a dengue. "Essa doença é um problema de saúde e é recorrente, um ano melhora, outro piora. É compreensível que a sociedade queira uma saída mágica, mas não há mágicas em relação a essa questão. Só vai se resolver quando for desenvolvida uma vacina que imunize contra os quatro tipos da doença", afirmou.
Segundo Temporão, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o laboratório GlaxoSmithKline, desenvolve uma vacina para um dos tipos da doença. Além disso, o protótipo da primeira vacina contra dengue, que está sendo desenvolvida pela Universidade Federal do Espírito Santo, em parceria com o laboratório Sanofis-Pasteur, começou a ser testada em pacientes há duas semanas.
Em agosto, o ministério identificou a circulação do tipo 4 da dengue no Estado de Roraima, doença que não circula no País há 28 anos. No entanto, o Ministério da Saúde informou que não há evidências de que exista o vírus fora do Estado. O ministério estima que haja 100 milhões de casos de dengue em todo o mundo.
Sintomas e prevenção
Os quatro sorotipos virais da dengue provocam os mesmos sintomas: dores de cabeça, no corpo, nas articulações e atrás dos olhos, febre, diarreia, vômito, entre outros. O protocolo de tratamento também é o mesmo, independentemente do tipo de vírus.
Para evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença, é importante manter a caixa d'água, tonéis e barris ou outros recipientes que armazenam água totalmente tampados e limpos na sua parte interna; remover tudo o que possa impedir a água de correr pelas calhas e não deixar a água da chuva acumular sobre as lajes; encher de areia, até a borda, os pratinhos dos vasos de plantas; não guardar objetos que possam acumular água, como potes, latas e garrafas vazias; e manter lixeiras bem fechadas.