Saúde

EXAME PODE AUMENTAR SEGURANÇA NAS TRANSFUSÕES DE SANGUE

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| 23/08/2010 às 18:43

Todo o sangue humano usado em transfusões é testado para várias doenças transmissíveis de acordo com leis rigorosamente fiscalizadas e normas internacionais de segurança e qualidade. Esse rigor tornou as transfusões muito seguras - mas o processo pode ser melhorado. Agora, uma nova tecnologia denominada NAT (sigla em inglês para Testes de Ácidos Nucleicos) possibilita tornar ainda mais seguras as transfusões, uma vez que permite quase fechar a ‘janela imunológica', ou seja, o período entre a infecção com um vírus e o aparecimento do anticorpo que permite detectar a doença com os testes convencionais. O NAT não detecta anticorpos, mas o RNA ou DNA viral, reduzindo a ‘janela imunológica' de até vinte semanas para até cinco dias.
 
De acordo com os integrantes do NHEMO - Núcleo de Hemoterapia da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), que congrega grande parte dos especialistas na área da cidade de Salvador, embora o risco de contaminação por transfusão de sangue no Brasil seja baixo, a busca constante dos profissionais de saúde deve ser pela eliminação deste risco, já que são realizadas cinco milhões de transfusões anualmente no País. Os testes NAT aprimoram o processo em benefício dos pacientes, e secundariamente das instituições: planos de saúde, seguradoras, médicos e do sistema de saúde como um todo. Os testes NAT podem detectar cinco dos vírus transmissíveis por transfusão, dentre eles três sorotipos de HIV e os vírus da Hepatite B e da Hepatite C.
 
Embora seja consenso entre os profissionais da área que a realização do NAT é um importante passo no aumento da segurança dos pacientes e instituições de saúde, e o teste já tenha sido objeto de regulamentação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que recomendou a utilização deste exame em três Portarias, algumas operadoras de planos de saúde ainda resistem em autorizar o teste para as transfusões de sangue na Bahia, situação que as instituições especializadas vêm como necessário mudar.
 
 Conforme o NHEMO, as instituições privadas da área de saúde na Bahia estão em condições de iniciar o NAT, e mobilizadas, com o apoio da Ahseb e das entidades de classe, para incluir o teste na rotina técnica. A proposta está sendo discutida para que a partir de uma data limite, toda a população seja beneficiada por transfusões em que o risco de infecção seja próximo do zero.