Saúde

AÇÕES MARCAM DIA MUNDIAL DE COMBATE ÀS HEPATITES VIRAIS EM SALVADOR

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| 17/05/2010 às 11:43

No dia 19 de maio, próxima quarta-feira, comemora-se o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, data em que vários países promovem ações de divulgação sobre a prevenção, controle, diagnóstico e tratamento para essas doenças. Em Salvador, o grupo Vontade de Viver, que existe desde maio de 2002 e presta assistência a portadores dos vírus, desenvolverá ações de divulgação da doença em parceria com a SESAB , a SMS e o HUPES-UFBA, esclarecendo dúvidas e oferecendo sugestões para prevenção do contágio entre os dias 16 e 22 de maio de 2010. De acordo com Rômulo Correa, presidente do Vontade de Viver, serão distribuídos panfletos de alerta para a população, o grupo participará de reuniões na Fundação Oswaldo Cruz e realizará uma gincana na orla do Jardim de Alah no intuito de trazer maior visibilidade ao problema de saúde pública que são as hepatites virais.

Ressaltando a importância do tema, o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia e chefe do serviço de gastro-hepatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia, Dr. Raymundo Paraná, diz que "as hepatites virais sentem falta de campanhas nacionais. Por mais de uma década, o Brasil tem dedicado atenção especial à AIDS e tem demonstrado que é um país capaz de responder às suas demandas através do departamento DST/AIDS. Agora, sabiamente, este departamento do Ministério da Saúde aumentou o seu escopo de ação tornando-se o departamento DST/AIDS/Hepatites Virais, em reconhecimento à importância do tema".

As hepatites são doenças causadas pelos vírus A, B, C, D e E e provocam, geralmente, inflamação no fígado.  Elas possuem características clinicas semalhantes no inicio da infecção, mas a historia natural da doença diverge a depender do virus infectante.  As hepatites A e E, por exemplo, são causadas tipicamente pela ingestão de comida ou água contaminadas e não apresentam formas cronicas da doença. Já  as hepatites B, C e D são contraídas pelo contato com fluídos corporais infectados (sangue, sêmen etc) e podem evoluir para doença cronica do fígado. . De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), ocorrem 1.4 milhões de casos de hepatite A por ano. As hepatites B e C atingem 520 milhões de pessoas mundialmente, número 13 vezes maior que a epidemia de AIDS. Só no Brasil, cerca de quatro milhões de pessoas podem estar infectadas com o vírus da hepatite C e dois milhões com o vírus da hepatite B. No entanto, mais de 95% ainda desconhecem que estão doentes, porque as infecções costumam não apresentar sintomas, o que rendeu às hepatites o apelido de doenças silenciosas.

"A Hepatite C lota os ambulatórios de Hepatologia da Bahia. Ela é responsável pela indicação de mais de 80% das biópsias de fígado no Estado e por cerca de 60% dos transplantes de fígado no país", afirma Dr.Paraná. Neste caso em particular, as campanhas de esclarecimento têm elevadas chances de sucesso na introdução de pacientes portadores do vírus na rede pública de saúde. Isto, porque a Hepatite C tem cura e controle se tratada a tempo e o Ministério da Saúde oferece o tratamento cuja duração varia entre 24 e 48 semanas.

Sem o diagnóstico e tratamento adequados, muitos casos podem evoluir para a insuficiência hepática, cirrose ou o câncer hepático. Cerca de 350 milhões de portadores do vírus do tipo B têm a infecção do tipo crônica e podem desenvolver problemas sérios no fígado. Os indicadores contabilizam 600.000 mortes a cada ano em decorrência de infecção aguda ou crônica da hepatite B. A doença representa a 10ª causa de morte no mundo. Ainda segundo a OMS, em todo o mundo, há 170 milhões de pessoas com hepatite C crônica. Apesar da possibilidade de cura, a doença é uma das principais causas das complicações hepáticas e transplantes de fígado. Isso por conta do diagnóstico tardio.