Novos tratamentos e avanços no diagnóstico do câncer de mama têm revolucionado a abordagem da doença. A nova perspectiva nasce com o estudo individualizado dos casos e técnicas que consideram a biologia molecular do tumor. Agora, é possível detectar fatores que contribuem para o crescimento da neoplasia, e utilizar recursos para evitá-lo. A evolução no diagnóstico segue esta mesma tendência, a exemplo do exame Oncotype DX, que consegue prever em quais pacientes a quimioterapia trará mais benefícios. "Este é um importante recurso para a escolha adequada do tratamento, e, embora não esteja disponível no Brasil, é utilizado pela Clinica AMO devido a uma parceria com um laboratório americano", afirma o diretor médico da AMO, o médico oncologista Carlos Sampaio.
Hoje, afirma ele, é possível avaliar características da biologia molecular do tumor de mama. "Um exemplo é que descobrimos que alguns tipos de tumores possuem a proteína c-erbB-2, que estimula o crescimento tumoral em cerca de 20% das pacientes", conta Sampaio. Nestes casos, um tratamento baseado em imunoterapia com a droga Trastuzumab resulta em aumento da chance de cura nos casos iniciais e aumento da sobrevida nos casos mais avançados.
Além do exame Oncotype DX, em breve outras possibilidades estarão disponíveis para direcionar o tratamento. Sampaio revela que estão sendo realizadas pesquisas para exames que permitirão uma definição da droga quimioterápica que deve ser empregada de acordo com cada caso. "Hoje utilizamos um coquetel de drogas na quimioterapia, mas estes exames permitirão empregar apenas aquelas que terão resultados efetivos", revela.
A utilização de drogas antiangiogênicas, que destroem a rede de irrigação do tumor, ocasionando sua morte, também é um recurso no tratamento. Outro fator que contribui no combate à doença é o surgimento de drogas quimioterápicas mais ativas, algumas utilizadas pela via oral. "Elas não provocam queda de cabelos e trazem mais conforto para a paciente", destaca o especialista.
Estes avanços da medicina, associados à abordagem multidisciplinar, prioridade da AMO, têm resultado no aumento das chances de cura da doença. No Brasil, são esperados 50 mil novos casos de câncer de mama em 2010, mas o diagnóstico precoce, a melhoria nas técnicas de radioterapia, os avanços na cirurgia e o desenvolvimento de tratamentos mais efetivos e menos tóxicos traz novos horizontes para quem convive com a doença, afirma Sampaio. A Clínica AMO, através de seu centro de pesquisa - o Instituto Ética -, também atua na busca de avanços em tratamentos, e hoje, conforme Sampaio, possui vários protocolos abertos na área de mama.