Saúde

ABM SE SOLIDARIZA COM ASSOCIADOS DO PLANO DE SAÚDE SULAMÉRICA

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| 27/02/2010 às 10:24

A Associação Bahiana de Medicina (ABM) se solidariza com os  Associados do Plano de Saúde Sulamérica e apóia o rápido posicionamento do Procon e a ação civil pública da Defensoria Pública do Estado Da Bahia e da União contra a cobrança de  diferença de reajuste de 12.9% retroativo a 2005, em parcela única de planos antigos 1999 .


A preocupação da entidade é com a situação dos cidadãos em inadimplência, que não conseguirem  arcar com a dívida até o fim de março e enfrentam a ameaça de rescisão   unilateral ou suspensão dos contratos pela Sulamerica, gerando situação de risco à sua saúde, ou interrupção de tratamentos indispensáveis. 


Para a diretora de defesa Profissional da ABM,  Fabiola Mansur de Carvalho,  ainda que  a revogação  da liminar que impedia Seguradoras de praticar estes  reajustes dos planos de Saúde desde 2005,  permita juridicamente a cobrança da suposta diferença retroativa de valores e que decisões judiciais devam ser cumpridas,  a cobrança em parcela única gera um ônus excessivo e repentino aos pacientes


"A ABM, que sempre se posicionou a favor da saúde da comunidade e dos médicos da Bahia, entende que é preciso uma solução pactuada equilibrada e previamente discutida entre as partes, o que não aconteceu. Foi abusiva, surpreendente e  inoportuna a forma  com que a cobrança foi feita, com carta   ameaçadora  recebida pelos conveniados da Sulamérica", opina a médica Fabiola Mansur de Carvalho. 


REAJUSTE

Fabiola Mansur relembra, ainda, que planos de saúde subiram mais de  130%  e acima da inflação de 89%, acumulada nos últimos nove anos, o que por si só não justificaria a cobrança retroativa. O grande desequilíbrio financeiro é para pacientes  e médicos, que amargam grande desequilíbrio econômico-financeiro por não conseguirem reajustes significativos  de seus honorários, que ficaram bem abaixo da inflação (menos de 60%) ao longo desta década.


Segundo a diretora da ABM, as entidades médicas não conseguiram sequer a implantação de valores referenciais da quinta versão da CBPHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Honorários Médicos) elaborada pelas entidades médicas, com a inclusão de novos procedimentos médicos. Alguns planos só implantaram parcialmente a terceira versão da CBHPM de 2003 - a atual já está na quinta versão.

Pra se ter uma idéia,  após 10 anos a consulta da Sulamérica paga saiu de R$27,00 para R$ 44,60, valor considerado injusto. O reajuste foi conseguido através da intensa mobilização dos médicos e da Comissão Estadual de Honorários, da qual faz a médica Fabíola Mansur de Carvalho é uma das integrantes. Algumas operadoras de saúde ainda pagam bem  menos que 40 reais o valor da consulta.


A Sulamérica Saúde é uma das maiores potências em seu segmento, que chegou a faturamento de 1,9 bilhão, em 2008, segundo a Gazeta Mercantil. Na avaliação da ABM, cobrar dos consumidores, a parte mais frágil do contrato, valores que passam de R$ 3 mil reais em alguns casos, com prazo até fim de março é inconcebível, injusto e estrategicamente incorreto. Poderia ser de forma mais branda, parcelada, ou até não retroativa. Por isso, a entidade apoia a atitude das defensorias  públicas para suspensão desta cobrança até decisão final da justiça. E pede uma atitude mais humana da Sulamérica para com seus associados, independente de batalhas judiciais.


"A ABM vai reiniciar um movimento pró-valorização da consulta médica, motivados pelo recente ajuste concedido pelo Petrobrás que aumentou as consultas para R$ 80,00. Existem categorias que não conseguem sobreviver com valores de consultas de pouco mais 30 reais, tais como pediatras, geriatras, clinicos gerais e endocrinologistas. Há risco de descredenciamento coletivo, o que a ABM, através do entendimento, negociação e valorização do ato médico pretende evitar", finaliza a médica Fabíola Mansur de Carvalho.


A Diretora da ABM  critica, ainda, a posição omissa da ANS (Agência Nacional de Saúde), que deveria fiscalizar e regular de forma equilibrada a relação de pacientes, prestadores e  planos de Saúde, para não haver risco de desassistência, sobretudo nestes casos de planos antigos. Para a diretora de Defesa profissional da ABM, infelizmente o que ainda vigora neste cenário é a lei do "mais forte", que certamente não são nem pacientes nem médicos, nem clínicas, nem hospitais, os prestadores do serviço.

"As nossas entidades estaduais e nacionais se reuniram recentemente, em Brasília, para cobrar um posicionamento mais equânime da ANS e respeito das reivindicações da classe", informa a médica, que esteve neste encontro representando a ABM.