O planejamento inicial previa a retirada de apenas três agulhas, na bexiga e intestino. A retirada de objetos do fígado era hipótese considerada remota pelos médicos, devido ao risco de sangramento. Durante a operação, porém, a equipe de quatro cirurgiões com um aparelho intensificado de imagens, o que lhes permitiu visualizar melhor os objetos e proceder sua retirada, inclusive do fígado, sem complicações.
O menino ainda permanece com cerca de 13 agulhas no corpo, a maioria em regiões periféricas, sem colocar em risco órgãos importantes. Uma delas, porém, está no canal cervical e o temor dos especialistas é de que o objeto possa atingir a medula espinhal, o que poderia causar seqüelas na criança. Para evitar que isso aconteça, uma terceira cirurgia já está sendo planejada pelos médicos, em data ainda não definida.
]
Trauma
A criança deu entrada às 13h desta quarta, no centro cirúrgico do Ana Neri. Este é o segundo procedimento ao qual o paciente é submetido desde que foi internado com cerca de 30 agulhas dentro do corpo. Em 18 de dezembro, os médicos retiraram duas agulhas do pulmão do menino e duas do coração, em cirurgia considerada um sucesso.
Durante as preparações que antecederam a operação desta quarta, o garoto estava apreensivo e resistente ao toque dos médicos. O serviço de psicologia da unidade acredita que esse comportamento seja motivado pelo trauma sofrido pelo garoto, quando torturado pelo padastro Roberto Carlos Magalhães, preso em local não revelado.