Exames mostraram, inicialmente, que o menino tinha cerca de 50 agulhas espalhadas pelo corpo. A suspeita é de que o padrasto tenha sido o responsável por inserir as agulhas na criança. Ele foi preso preventivamente e, segundo a polícia, afirmou ter colocado os objetos em um ritual religioso. Outra duas mulheres foram presas pela suposta participação na ação.
De acordo com o hospital, a cirurgia foi bem sucedida e o menino passa bem. Ele foi encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A operação durou cerca de cinco horas. Durante o procedimento, um coração mecânico foi utilizado para manter o garoto vivo. Cinco especialistas e um anestesista acompanharam a operação.
Para as médicas Patrícia Guedes, coordenadora da UTI cardio-pediátrica da unidade, e Isabel Guimarães, coordenadora do serviço de cardiologia pediátrica, a urgência em retirar as agulhas se deu em função da infecção que já estava estabelecida e de haver um risco das agulhas se moverem e atingir uma veia.
De acordo com a assessoria do hospital, será apresentada, neste sábado, uma avaliação mais exata da cirurgia e o arquivo dos exames de imagem com informações mais precisas de quantas agulhas estão no corpo da criança. Acredita-se, agora, que o corpo do menino tenha entre 25 e 30 agulhas.
A circulação do sangue do garoto será realizada por uma máquina durante a operação, arriscada por se tratar de uma intervenção cardíaca. As agulhas que serão retiradas causam infecção e, segundo as médicas Patrícia Guedes, coordenadora da UTI cardio-pediátrica do Hospital Ana Neri, e Isabel Guimarães, coordenadora do serviço de cardiologia pediátrica, há risco de se movimentarem atingindo uma veia do menino. Por isso a urgência em retirá-las.
Se a cirurgia for bem sucedida, o garoto deverá ser operado novamente na próxima semana para retirar algumas agulhas que estão no abdômen. Em seguida, será feita nova operação para remoção dos objetos da coluna. As médicas disseram que se o garoto superar por essas três etapas, ele passará a conviver com os outros objetos, que devem ser extraídos conforme a necessidade.
Não é possível estipular o número exato de agulhas, pois uma pode estar sob a outra ou confundidas com pequenos ossos do menino. A a suspeita é de que 25 a 30 delas estejam enfiadas no garoto. Para a equipe médica, o mais importante é identificar quais agulhas causam risco de morte para o menino.
O garoto respira sem ajuda de aparelhos e está consciente, mas se encontra em jejum desde esta quinta, 17, por conta da operação. Os médicos mantém o tratamento com antibióticos e antitérmicos.