Dezenove mil seiscentos e vinte e quatro segurados da GEAP (Fundação de Seguridade Social), entidade fechada de Previdência Complementar (EFPC) que oferece aos servidores públicos federais planos e programas de saúde, assistência social e previdência complementar, estão há dois meses sem opção para tratamento oftalmológico em Salvador.
A crise foi deflagrada quando cinco clínicas foram descredenciadas por terem cobrado a dívida da GEAP. Também em conseqüência da inadimplência da GEAP, outras clínicas do setor de oftalmologia, credenciadas a Fundação solicitaram descredenciamento, totalizando 11 clínicas. O débito da GEAP com estes estabelecimentos ultrapassa os R$ 500 mil e não existe previsão para quitação da dívida.
De acordo com Marcelo Britto, presidente da AHSEB, entidade que representa as clínicas, hospitais e estabelecimentos de saúde do estado da Bahia, a situação é grave, porque cerca de 70% dos segurados da GEAP na Bahia são pessoas com mais de 60 anos, que necessitam de atendimento oftalmológico e estão sendo prejudicadas.
"Podemos citar como exemplo, os pacientes que fizeram ou necessitam de cirurgia de catarata e que estão sem acompanhamento, e pacientes com diabetes, que podem ter sérios problemas na visão se não tiverem atendimento adequado", lamenta o presidente da Ahseb.
A situação já se estende há mais de dois meses, sem ter ocorrido o pagamento dos débitos nem tentativa de acordo por parte da GEAP. Além dos transtornos causados para os pacientes, Marcelo Britto aponta mais uma questão. "Isso agrava de forma preocupante a situação das clínicas, que ficam descapitalizadas, pois o atendimento foi feito, e o pagamento não realizado. O custo sai das empresas, que já enfrentam outros problemas financeiros. A situação é grave", preocupa-se.