O suor excessivo ou hiperidrose atinge de 0,6 a 1% da população e causa grande desconforto nas pessoas que apresentam sudorese excessiva nas axilas, palmas das mãos, plantas dos pés e virilha.
"O portador da doença tem as mãos e pés sempre molhados e chega a pingar suor, o que representa uma situação bem desagradável e muitas vezes constrangedora, dificultando as atividades do dia-a-dia", relata a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Denise Matos.
"Os pacientes que não quiserem tratar cirurgicamente o problema da hiperidrose, com a retirada das glândulas sudoríparas ou a retirada dos nervos responsáveis pelo estímulo à sudorese, podem fazer uso da toxina botulinica A (botox), que surge como uma boa opção terapêutica na medida em que interrompe a sudorese na área tratada", afirma a médica.
"Além do conhecido uso no tratamento de rugas, o botox é excelente para o tratamento da hiperidrose. A aplicação é feita através de injeções subcutâneas nas axilas, palmas das mãos, plantas dos pés ou virilhas com intervalos de 1,5 a 2 cm entre cada aplicação onde a sudorese é mais intensa", explica a dermatologista. Os efeitos das aplicações começam a aparecer em duas semanas e dura oito meses, mas é necessário que novas aplicações sejam feitas conforme orientações médicas.
O problema atinge homens e mulheres e o início dos sintomas pode ocorrer em qualquer fase da vida, ou seja, na infância, adolescência ou somente na idade adulta. A medicina ainda desconhece as razões da hiperidrose, mas já se sabe que eventualmente pessoas da mesma família apresentam o problema, o que pode representar influência genética. "É importante ficar atento aos sintomas, já que o diagnóstico precoce pode ajudar muito o tratamento e trazer benefícios mais rapidamente", completa a dermatologista.
Outros tratamentos
Para acabar com o incômodo do suor excessivo, outros tratamentos utilizados hoje em dia, além de medicamentos de uso local para diminuir a secreção, são os aparelhos para iontoforese, que consiste na introdução de medicamentos através da pele, através do uso de soluções hidrossolúveis que atravessam os poros cutâneos, quando submetidas a uma pequena corrente elétrica. Medicações via oral também são utilizadas, mas podem interferir no funcionamento de outros órgãos, "por isso é preciso ter muita coerência ao usá-los", diz Denise Matos.