O estado da Bahia contabiliza, agora, 29 casos confirmados da Gripe A (H1N1). A Coordenação de Vigilância às Emergências em Saúde Pública (Cevesp) da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) recebeu da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, laboratório de referência para exame do material procedente da Bahia, nos dias 13 e 14 de julho, 20 laudos de exames laboratoriais para diagnóstico de Influenza A (H1N1), dos quais, 18 apresentaram resultado positivo. Com os 11 casos confirmados anteriormente, o número total de baianos infectados pelo vírus da nova gripe sobe para 29.
O coordenador da Cevesp, o médico sanitarista Juarez Dias, esclarece que os 18 novos casos confirmados se referem a coletas feitas em pessoas monitoradas durante o mês de junho. Os resultados somente foram encaminhados agora porque, devido ao grande número de casos suspeitos em residentes na região Sul do país, os laboratórios de referência estão superlotados, o que acarreta atraso na liberação dos laudos. "Este fato, entretanto, não tem prejudicado a atenção dispensada aos doentes e as ações de controle da doença no estado", esclarece Juarez.
Todos os novos casos confirmados são de adultos jovens, na faixa dos 20 aos 39 anos, com equilíbrio entre homens e mulheres. Todos são residentes em Salvador e 90% dos que contraíram a doença estiveram na Argentina, sendo os demais casos de pessoas que estiveram no Chile. "Nenhum dos casos é grave, não registramos nenhum óbito e não temos, no momento, ninguém hospitalizado", ressalta o coordenador da Cevesp.
Histórico
Na Bahia, a partir da primeira notificação de caso suspeito, em 24 de abril deste ano, foram considerados como suspeitos 222 casos, com 29 confirmados e nenhum óbito. Do total de casos confirmados, 17 (58,6%) eram do sexo feminino. A média de idade foi de 29,9, variando de 3 a 55 anos. A grande maioria dos casos (22, equivalente a 75,9%) é de residentes na cidade de Salvador, e os demais nas cidades de Cachoeira, Guanambi, Lauro de Freitas e Porto Seguro. Um caso diagnosticado em Salvador era residente em Maceió/AL.
A Argentina foi, possivelmente, o local de contaminação para 82,2% dos casos e apenas um relata viagem aos Estados Unidos e China, e outro ao Chile. Dentre os casos confirmados, um era cidadão argentino. O primeiro resultado positivo no estado foi divulgado, pelo Ministério da Saúde, no dia 11 de junho, e tratava-se de um empresário baiano, de 29 anos, que viajou para a cidade de Taipé, na China, via Estados Unidos, onde passou pelas cidades de Miami, Los Angeles e São Francisco.
A Influenza A, conhecida como Gripe Suína, é uma doença respiratória aguda causada pelo vírus influenza A, chamada H1N1. Ele é diferente do H1N1 totalmente humano em circulação nos últimos anos, por conter material genético dos vírus humanos, de aves e suínos, incluindo elementos de vírus suínos da Europa e da Ásia. A partir da identificação dos primeiros casos na Cidade do México, em abril/2009, a doença vem se expandindo ao redor do mundo, assumindo as proporções de uma pandemia. No Brasil, já foram confirmados pouco mais de 1 mil casos, com 4 óbitos.
Os sintomas em humanos são parecidos com os da gripe comum e incluem febre acima de 38° C (graus centígrados), tosse, dor de garganta, mialgias (dores de cabeça ou no corpo), coriza e espirros frequentes. A maioria dos casos é da forma leve e branda e não tem requerido internação hospitalar. Crianças menores de 2 anos e idosos acima de 60 anos, mulheres grávidas e indivíduos com doenças como diabetes, pneumonias, cardiopatias, hemoglobinopatias, doenças renais crônicas, câncer e em tratamento para Aids ou em uso regular de medicação imunossupressora constituem grupo de risco para complicações pela doença.
Se uma pessoa esteve nos últimos dias em países onde o número de casos da doença é elevado, como Estados Unidos, México, Argentina, Chile, e apresentar sintomas, deve procurar atendimento médico, evitando a auto-medicação e não transitando por espaços com aglomerados de pessoas. No momento, não se dispõe de vacina contra o Influenza A (H1N1) e as medidas de prevenção e controle se restringem a higiene pessoal - em especial a lavagem constante das mãos - e evitar locais fechados e de grande aglomeração de pessoas.