Especialistas alertam que pessoas portadoras de glaucoma devem redobrar os cuidados com a epidemia de conjuntivite que assola a capital baiana, principalmente, com relação aos medicamentos indicados no tratamento.

De acordo com a oftalmologista Dalise Garcez Leitão Guerra Freaza, responsável pelo departamento de Glaucoma da Oftalmoclin, em Salvador e em Lauro de Freitas, algumas medicações usadas para conjuntivite contém alta concentração de corticóides - frequentemente indicada nestes casos "o que pode gerar o aumento da pressão intraocular do portador de glaucoma, provocando uma piora substancial no quadro".

Dalise Freaza indica ainda que casos estes pacientes contraiam a doença devem prosseguir com o tratamento do glaucoma normalmente, mas utilizar preferencialmente remédios sem corticóides - os denominados antiinflamatórios não hormonais - para combater a conjuntivite.
 
Segundo ela, a preocupação é maior em pessoas que possuem glaucoma e não diagnosticaram ainda a doença, ou pacientes que não seguem o tratamento recomendado. "Estas pessoas poderão sentir dor ocular acentuada, além dos sintomas da conjuntivite, que são bem desagradáveis", explica a especialista.

INFLAMAÇÃO

A conjuntivite é uma inflamação da membrana que reveste o branco do olho, podendo causar alterações na córnea e nas pálpebras. Os principais sintomas, lembra ela, são olhos vermelhos, secreção, lacrimejamento, sensação de corpo estranho  e pálpebras inchadas em alguns casos. Já o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira no Brasil e no mundo - atrás apenas da catarata - sendo considerado um problema de saúde pública que já afeta de 1,8 a 3 milhões de brasileiros.  "Apesar da gravidade do problema, a grande maioria das pessoas desconhece a patologia, e não sabe que com um exame simples e rápido a doença pode ser diagnosticada e até mesmo ter seu avanço controlado", disse a médica.

Todos podem entrar na luta para o combate a epidemia de conjuntivite na cidade. Por tratar-se de uma doença em que o contágio acontece pelo contato físico do olho com as mãos, com objetos ou toalhas contaminadas pela secreção, deve-se ter cuidado com este manuseio. "É fundamental que se lave a mão frequentemente. O acompanhamento do oftalmologista de sua confiança é importante para o diagnóstico do tipo de conjuntivite e para o adequado tratamento", lembra a oftalmologista Dalise Garcez Leitão Guerra Freaza.