Nesse período, o cardápio de muitas famílias é incrementado por comidas típicas juninas. Durante os festejos de São João, mesmo para quem não curte forró e fogueira, é comum que as pessoas consumam mais alimentos à base de milho e amendoim, além de puba/carimã, aipim, licor e frutas da época, como laranja e jenipapo. Todas essas delícias, se consumidas adequadamente (sem exageros), podem trazer benefícios à saúde.
"Mas é bom lembrar que em período de festas e com grande concentração de pessoas, é necessário ter critérios com a procedência e higiene dos alimentos consumidos para que as comemorações não acabem antes do tempo, devido a uma diarréia, por exemplo", alerta a conselheira do CRN5 - Conselho Regional de Nutricionistas (5ª Região), Lindanor Santana.
As preparações à base de milho mais consumidas neste período são canjica, pamonha, mingaus, curaus, mugunzá, bolos, cuscuz, além do próprio milho cozido e assado. O milho é grande fonte de energia por conter alto teor de carboidratos, além de possuir quantidades consideráveis de vitaminas B1 e E, alguns minerais e fibra. "A vitamina B1 (tiamina) ajuda na regularização do sistema nervoso e aparelho digestivo, e tonifica o músculo cardíaco. Já a vitamina E é conhecida por apresentar propriedades antioxidantes. Cada 100g de milho verde fornecem 138 calorias", explica a nutricionista.
VALOR ENERGÉTICO
O amendoim é um produto com características peculiares e conhecido por sua atratividade para consumo. Apesar de ser visto por muitos como vilão, o grão tem importância como alimento pelo seu valor energético e nutricional. Cada 100 gramas fornecem 580 calorias e seu óleo contém altos níveis de ácidos graxos insaturados, benéficos para saúde humana, pois auxilia na diminuição de frações do colesterol ruim VLDL e LDL.
O amendoim é, ainda, uma rica fonte de proteínas (26% do grão) e vitamina E, além de conter vitaminas do complexo B, ácido fólico e minerais, como cálcio, fósforo, potássio e zinco. Como qualquer alimento, o amendoim deve ser consumido com moderação.
BOLOS E FRUTAS DA ÉPOCA
De acordo com Linda, a puba/carimã e o aipim, muito utilizados na preparação de bolos, mingaus e cuscuz nessa época, são excelentes fontes de carboidratos, com destaque para o aipim como boa fonte de fibras. Essas "desempenham funções importantes no organismo humano, como auxiliar a assimilação de outros nutrientes e facilitar o funcionamento do intestino, funcionando como poderosas "vassouras" por reduzir o colesterol", declara.
Os produtos à base de puba/carimã ou aipim geralmente têm também em sua composição outros ingredientes que são fonte de gordura como a manteiga/margarina e leite de coco, o que aumenta o valor calórico das preparações. "Por isso o consumo de carboidratos deve ser moderado e avaliado, mesmo para quem não tem tendência a engordar, e restrito principalmente para quem tem diabetes, pois todo excesso gera uma conseqüência na balança", destaca.
É muito comum e apreciado durante o período das festas juninas o consumo de frutas da época, como a laranja, e de doces de jenipapo. Ambos são excelentes fontes de vitamina C, necessária para combater infecções, atuar na absorção do ferro, reduzir o nível de triglicerídeos e de colesterol, além de fortalecer o sistema imunológico. O jenipapo também é uma excelente fonte de ferro, nutriente essencial para a vida que atua principalmente na fabricação das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo.
BEBIDAS QUENTES
Os licores, muito consumidos nas festas juninas, habitualmente apresentam maior teor de álcool quando comparado ao quentão, mesmo sendo preparado com álcool de cereais ao passo que o quentão tem como base a cachaça. Este também possui em sua composição água e alguns ingredientes chamados funcionais fitoterápicos (benéficos para a saúde humana) como o gengibre, a canela, cravo da índia, cascas de laranja e limão que, se consumidos com moderação, além de aquecer, possuem componentes excitantes/estimulantes.
"Não podemos deixar de considerar que o consumo de bebidas alcoólicas causa polêmica frequente entre os profissionais de saúde, principalmente pelo entendimento de que é tênue a linha, dependendo da freqüência de quem consome, que separa a diversão e a doença. É bom ser cuidadoso nesse sentido. Menores de 18 anos não devem consumir nenhuma dessas bebidas", conclui Lindanor Santana.