Saúde

SÃO JOÃO: SESAB FAZ CAMPANHA PARA ALERTAR SOBRE MUTILAÇÃO DE MÃOS

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| 17/06/2009 às 23:13
O maior motivo para proteger suas mãos neste São João é a sua qualidade de vida". Com este slogan, a Associação de Cirurgia de Mão da Bahia (ACMB), com apoio da Secretaria da Saúde do Estado, através do Hospital Geral do Estado (HGE), realiza mais uma campanha de prevenção, visando alertar a população para os riscos dos acidentes com fogos, sobretudo as explosões com bombas, que têm alto poder de mutilação.
 
A campanha também alerta que em caso de acidentes desse tipo, com lesões nas mãos, os pacientes devem ser encaminhados para um especialista. O coordenador do Serviço de Cirurgia de Mão do HGE, Marius Wert, ressalta que é preciso "atenção extrema" ao lidar com fogos de artifício, principalmente no caso de crianças, que não têm noção do perigo a que estão expostas.


O cirurgião plástico Carlos Briglia, coordenador do Centro de Tratamento de Queimados do HGE, revela que em Salvador, embora as estatísticas não apontem para um aumento considerável no número de acidentes que resultam em queimaduras durante as festas juninas, é preciso muito cuidado no manuseio de fogos de artifício. Conforme Briglia, o maior número de casos que chegam ao HGE neste período é de queimaduras leves, que não precisam de internamento.
 
"Os municípios do interior concentram a maior incidência de casos, inclusive aqueles de maior gravidade, que resultam do fabrico clandestino de fogos e que podem provocar sérios acidentes, com mutilações e seqüelas graves", explica o cirurgião. No ano passado, foram contabilizados 44 atendimentos relacionados aos festejos juninos no HGE, entre os dias 21 e 24 de junho.

 

ACIDENTES GRAVES

 

Dados da Associação de Cirurgia de Mão da Bahia (ACMB) indicam que no período de festas juninas, em torno de 90% dos acidentes graves, relacionados com a explosão de bombas, resultam em amputações. No ano passado, o Serviço de Cirurgia de Mão do HGE atendeu 39 casos de lesões provocadas por bomba, número menor que o atendido no ano anterior - 59.

O coordenador do serviço recomenda que as pessoas acendam fogos de artifício o mais distante possível do corpo, principalmente das mãos, e que evitem soltar qualquer tipo de fogos de artifício quando estiverem ingerindo bebidas alcóolicas. A importância do atendimento adequado nos casos de acidentes com traumas na mão é outro aspecto lembrado por Marius Wert. O médico assegura que o atendimento especializado e imediato resulta num índice bem menor de seqüelas graves.

O cirurgião plástico Carlos Briglia adverte que os primeiros cuidados em casos de queimaduras são muito importantes e que receitas caseiras não devem ser usadas. "Em caso de queimadura, a região afetada deve ser lavada com água corrente e protegida com uma compressa úmida. Em seguida, o paciente deve buscar atendimento médico especializado", recomenda o médico. Outra questão também lembrada por Briglia é a mistura de bebida alcoólica e condução de veículo, comum em épocas festivas, e que representa um sério risco de acidente.

O Centro de Tratamento de Queimados do HGE é referência no estado e um dos poucos serviços no país dotado de centro cirúrgico e UTI próprios. O serviço possui 42 leitos e uma equipe multidisciplinar. Desde o ano passado, a unidade ganhou importante reforço, com a inauguração de um posto avançado no Hospital Municipal de Cruz das Almas. Também coordenada por Briglia, a Unidade de Tratamento de Queimados de Cruz das Almas obedece aos mesmos critérios técnicos do serviço do HGE, e presta atendimento aos casos de maior complexidade, referenciados por outras unidades que atendem em urgência e emergência.

 

CIRURGIA DE MÃO

 

Pioneiro no atendimento a urgências e emergências em cirurgia da mão na rede pública da Bahia e um dos primeiros a entrar em funcionamento no país, o Serviço de Cirurgia da Mão do HGE tem 3 anos de fundado. O coordenador do serviço conta que a equipe vem obtendo reconhecimento nacional cada vez maior, "levando o estado a uma posição de destaque na resolução das lesões agudas da mão, que respondem por cerca de 30% de todos os traumas que chegam às emergências".