Como forma de marcar o Dia Internacional de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa, 15 de junho, a Secretaria da Saúde do Estado, por meio da Área Técnica de Saúde do Idoso, em articulação com as secretarias de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza e da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, e com o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa (CEI), promove uma caminhada com idosos de diversas instituições, com concentração marcada para 8 horas, na Casa do Aposentado (rua da Mangueira, 55, Mouraria).
A caminhada seguirá até a Praça Municipal, com uma parada na Praça da Piedade. O principal objetivo do evento é sensibilizar a sociedade em geral para o problema da violência contra o idoso, fenômeno que tem se tornado um grande desafio para os profissionais de saúde.
Segundo a terapeuta ocupacional Helena Patáro Novaes, da Área Ténica de Saúde do Idoso da Sesab, os problemas relativos à violência ganham cada vez mais visibilidade, tendo se tornado uma questão importante para a saúde pública. "Diminuir o crescente aumento dos índices de morbimortalidade relacionadas à violência e de acidentes constitui num desafio para o setor saúde", ressalta a terapeuta ocupacional, acrescentando que a compreensão da complexidade do fenômeno exige uma abordagem intersetorial e interdisciplinar na formulação de políticas públicas integradas que promovam proteção integral à pessoa idosa.
ROMPER O SILÊNCIO
Para a terapeuta ocupacional, a gravidade e a abrangência do fenômeno exigem que todos participem ativamente deste movimento. "Trata-se de envolver a comunidade, estimulando o compromisso e a responsabilidade de todos na preservação dos direitos das pessoas e na construção de uma cultura de paz", defende Helena Patáro, que para minimizar o impacto da violência sobre a pessoa idosa afirma que é preciso romper o véu do silêncio que cobre o assunto.
A violência à pessoa idosa na maioria das vezes ocorre no contexto familiar, praticada por um membro de sua família. Com freqüência, o idoso se cala em defesa do agressor (filho, filha, neto, neta, entre outros) e muitas vezes, somente a morte cessará a cadeia dos abusos e maus tratos sofridos. "É muito difícil penetrar na intimidade familiar. Se para mulheres em situação de violência, é difícil denunciar o marido agressor, para as pessoas idosas a dificuldade acentua-se muito mais, tornando-se algo penoso", finaliza.