O Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) vai ser referência para os casos de dengue com complicações. A capacidade de atendimento será incrementada com a ampliação do número de leitos de UTI pediátrica de 7 para 16 e outros dez leitos serão criados na enfermaria de Pediatria, passando dos 25 existentes para 35.

  A Unidade Semi-Intensiva também terá o número de leitos duplicado, de 5 para dez, e o setor de Emergência também deverá ter os leitos de semi-intensiva ampliados de 6 para 13. Na área de entrada do hospital está sendo montado o Posto de Hidratação, a ser inaugurado na próxima semana, voltado para o cuidado de pacientes com suspeita de dengue.

 

   Um prédio anexo também será construído para abrigar o Serviço de Anatomia Patológica e o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), ainda inexistente no estado. "Os investimentos já estão sendo feitos para os leitos de UTI e da enfermaria pediátrica. Melhor pecar por excesso, prevenindo o risco de casos graves de dengue principalmente em crianças", disse o secretário Jorge Solla, durante o lançamento do Manual de Urgências e Emergências Cardiovasculares que marcou as comemorações pela passagem do 30º aniversário de fundação do hospital.

REFORMAS

Outras reformas e readequações também serão feitas no Hospital Roberto Santos. Com o remanejamento do serviço de nefrologia (hemodiálise) para o andar térreo, que será reformado, todo o 4º andar será liberado para a ampliação de leitos. Além da nefrologia, o térreo deverá abrigar a quimioterapia, como informou o diretor do HGRS, Paulo José Barbosa, que destacou a importância do hospital, o maior da rede de saúde pública da Bahia. Com 180 leitos e mais de 700 internados - "a corda estica conforme a demanda da emergência", segundo Barbosa - o HGRS é pioneiro no tratamento especializado de gastroenterite e está entre as melhores residências em pediatria no Brasil.

 

"O Hospital Roberto Santos estava na ponta da pirâmide da primeira rede hierarquizada, criada na Bahia há 30 anos. Essa rede foi desestruturada e hoje estamos enfrentando uma década e meia perdida na saúde", observou o superintendente de Atenção Integral à Saúde, Alfredo Boa Sorte. "O hospital tem grande resolutividade nos serviços e é uma grande escola. Os investimentos feitos nos últimos dois anos tem amenizado a situação que encontramos, com vários equipamentos muito sucateados. Estamos finalizando o projeto arquitetônico do prédio anexo e, aos 30 anos, o Roberto Santos vai ficar ainda mais moderno", afirmou o secretário Jorge Solla.

 

Procedimentos de cardiologia

 

Elaborado com a participação da Sociedade Brasileira de Cardiologia/Seção Bahia e Sociedade de Neurologia da Bahia, o Manual de Urgências e Emergências Cardiovasculares é considerado pelo cardiologista Júlio Braga, assessor da Rede Estadual de Atenção Cardiovascular, ferramenta imprescindível por trazer, em seus protocolos, opções terapêuticas e diagnósticas adaptadas à rede pública. "As evidências científicas fazem recomendações muito genéricas e amplas, com custos diferentes. O que vale mais a pena, do ponto de vista custo/benefício, é aplicar a qualidade com eficiência, e o manual é adaptado para o sistema básico do SUS, que funciona em rede".

 

Os protocolos constantes no Manual de Urgências e Emergências Cardiovasculares da Sesab foram confeccionados por especialistas com vasta experiência e baseados nas melhores evidências científicas existentes. "A Sesab também realizou alterações na Relação de Medicamentos Essenciais (RESME), e passou a oferecer alguns procedimentos antes indisponíveis, visando adequar as unidades de emergência da rede às necessidades de recursos diagnósticos e terapêuticos propostos no protocolo", acrescentou o cardiologista. Exemplares do manual serão enviados a todas as unidades de emergência e de terapia intensiva da rede estadual.

 

Segundo o cardiologista, as doenças cardiovasculares atualmente se constituem na principal causa de mortalidade no Brasil, respondendo por grande parte das internações hospitalares na população adulta. Na Bahia, a situação é similar: em 2007, 8,2% das hospitalizações na rede SUS corresponderam a doenças cardiovasculares e, em 2005, este grupo de doenças foi responsável por 21,2% dos óbitos registrados.

 

Durante a solenidade de lançamento do Manual de Urgências e Emergências Cardiovasculares, o cardiologista Gilson Soares Feitosa, professor titular de Clínica Médica da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública proferiu conferência sobre o tema "Os cuidados ao portador doença arterial coronariana". Também participaram do evento o diretor da Rede Própria da Sesab, Renan Araújo, e o presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), Jorge Cerqueira.

 

Hospital Roberto Santos

 

O lançamento do manual faz parte das comemorações pela passagem dos 30 anos do Hospital Geral Roberto Santos, maior unidade hospitalar da pública estadual, com 680 leitos, incluindo de UTI adulto, pediátrico e neonatal leitos de cuidados semi-intensivos. O hospital dispõe de recursos humanos e tecnologia para prestar atendimento de média e alta complexidade, realizando em torno de 8.000 atendimentos de urgência e emergência e 12 mil consultas ambulatoriais/mês. A unidade presta também assistência na área de oftalmologia, abrigando o Banco de Olhos do Estado.

 

O Roberto Santos presta atendimento ainda nas áreas de cirurgia geral e neonatal, maternidade de alto risco, pediatria, clínica médica, cirurgia buco-maxilo-facial, neurocirurgia, nefrologia, cirurgia vascular, entre outras especialidades médicas. É referência para hemorragia digestiva e também para atendimento de pacientes intoxicados, com o apoio e orientação dos profissionais do Centro de Informações Antiveneno, unidade da Sesab localizada no andar térreo do hospital.