A taxa de fecundidade da população está diminuindo. A obesidade e o sobrepeso são algumas das causas apontadas já que podem causar distúrbios hormonais ou ausência de ovulação na mulher  e diminuição de espermatozóides nos homens.

    Um estudo de pesquisadores da Austrália e do Reino Unido concluiu que o aumento dos casos de obesidade nos países ocidentais deverá causar aumento dos casos de infertilidade feminina.
 
    Segundo os cientistas, nos próximos dez anos o problema da infertilidade vai crescer nos países chamados  "desenvolvidos" e 20% dos casais ocidentais vão precisar de tratamentos de fertilidade. As conclusões foram publicadas em artigo na revista médica "The Lancet".  

   Segundo as estatísticas 12% dos casos de infertilidade podem ser atribuídos à falta ou ao excesso de peso. Além de comprometer a fertilidade, a obesidade é um fator de risco para muitas enfermidades, como cardiopatias e diabetes. A mulher obesa ou com sobrepeso pode ter uma gravidez considerada de alto risco com abortos espontâneos, diabetes gestacional, hipertensão, eclampsia,  malformações fetais e partos prematuros.

    
    "Se a mulher deseja engravidar e está acima do seu peso, é recomendável que perca os quilos excedentes antes da gravidez", declara o ginecologista Joaquim Lopes, especialista em Reprodução Humana e diretor do Cenafert - Centro de Medicina Reprodutiva, em Ondina. "Até quando o sobrepeso ou a obesidade não são as causas da infertilidade, a mulher deve tentar emagrecer já que o excesso de peso pode causar complicações durante a gravidez", explica. Estudos revelam que mulheres muito magras (IMC<17) ou muito obesas (IMC > 38) podem ter sua fertilidade comprometida, sendo que as mulheres com obesidade central (em volta da cintura, "forma de maçã") são as mais afetadas pelo problema.

     NÍVEIS E INSULINA

        Na mulher, a obesidade promove alterações nos níveis de insulina liberados pelo pâncreas. Isso desencadeia uma produção excessiva de hormônios masculinos pelos ovários e, consequentemente, a interrupção da liberação de óvulos. Quando a mulher tem gordura demais, o organismo produz estrógeno (hormônio sexual produzido nas células adiposas) em excesso, o desequilíbrio hormonal diminui as chances de engravidar.  Já nos homens, o excesso de peso reduz o nível de testosterona e aumenta o de estradiol, o que prejudica a produção de esperma. A fragmentação do DNA do espermatozóide, falha encontrada em muitos homens com sobrepeso ou obesos, também acarreta dificuldades na capacidade reprodutiva. O Cenafert disponibiliza a pesquisa do percentual de espermatozóides com fragmentação no DNA, que permite que homens com fatores de risco para infertilidade de causa masculina possam conhecer sua condição de fertilidade.

            Magreza excessiva também não é bom

        Por outro lado, mulheres excessivamente magras também podem ter dificuldade para engravidar. A reduzida  quantidade de gordura no organismo  (IMC abaixo de 17) inibe a produção de estrógeno e de outros hormônios, o que dificulta a formação e a liberação de óvulos. 

         O Índice de Massa Corporal (IMC) mínimo aceito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 18. "As mulheres acima do peso ou excessivamente magras que já venham há mais de um ano tentando engravidar devem procurar um especialista," recomenda Joaquim Lopes.

Como calcular seu IMC (Índice de Massa Corpórea): O Índice de Massa Corporal (IMC) é um padrão internacional que indica se um adulto está acima do peso (soprepeso), se está obeso ou abaixo do peso considerado saudável. O cálculo para identificar o Índice de Massa Corporal é: IMC = peso / (altura)2 Dividir o peso (em quilos) pela altura (em metros) ao quadrado. Condição IMC em adultos abaixo do peso abaixo de 18,5 no peso normal entre 18,5 e 25 acima do peso entre 25 e 30 obeso acima de 30