Criado pelo cirurgião plástico americano Sydney Coleman, o método de aplicação das células-tronco em cirurgias plásticas tem sido cada vez mais usado para rejuvenescimento da face, lábios e dorso das mãos.
"Mas não é só isso. Linhas de pesquisa com este tipo de célula tem se desenvolvido em todas as áreas da cirurgia plástica, não apenas nos procedimentos anti-envelhecimento", aponta o médico baiano Messias Maciel.
Prova disso são as pesquisas com células-tronco para restaurar a função de nervos lesionados ou na substituição cutânea para pacientes com grandes áreas queimadas, bem como nas reconstruções de orelha, seqüelas de extirpação de algum tipo de câncer ou mesmo no tratamento de feridas complexas.
Segundo Messias Maciel, o maior benefício do uso de células-tronco nas cirurgias plásticas está no fato de que usar células da própria pessoa acaba com os riscos de reação ou alergias que os produtos disponíveis atualmente no mercado provocam em alguns pacientes.
Além disso, para fins de reparação, a utilização de células-tronco traz uma excelente capacidade de recuperação para grandes queimaduras. "No método convencional usado até hoje, a pele queimada em grau profundo não se recupera completamente, mas a partir do uso dessas células já podemos pensar em recuperação total de tecidos lesados ou destruídos", afirma.
Gordura e células-tronco
Recentemente, a gordura passou a ter uma grande importância na obtenção de células-tronco, já que existe em abundância no organismo e é fácil de ser extraída (através de lipoaspiração).
Além disso, seu rendimento celular por grama de tecido é mais alto que a medula óssea e a agressão cirúrgica é menor que a punção de medula. "Os enxertos de gordura e de plasma, rico em fatores de crescimento, já são usados rotineiramente por profissionais da área. Daqui para frente, elas poderão servir cada vez mais como fontes de células-tronco", diz o cirurgião.
Ele explica que após a retirada da gordura por meio de lipoaspiração, as células adiposas são tratadas por meios mecânicos de centrifugação e processos químicos e se "transformam" em células-tronco que, por sua vez, são injetadas em tecidos que precisam de reparação, preenchimento, rejuvenescimento e tratamento de áreas envelhecidas como face ou glúteo, por exemplo.
"Embora os resultados das pesquisas sobre a utilização de células-tronco em cirurgias plásticas ainda estejam em avaliação, os bons resultados já alcançados e o desenvolvimento de protocolos seguros para uso clínico atualmente demonstram que esta tendência veio para ficar e melhorar o resultado do nosso trabalho", conclui o médico.