A dona-de-casa Maria da Luz também sofreu duas vezes com a dengue. Ela sabe que o governo, atuando sozinho, não é suficiente para prevenir a doença e, por não se esquecer do mal-estar que sentiu, sabe de cor as lições para evitar a presença do mosquito em sua casa. "Se adoecer outra vez, não vou agüentar. Por isso, não deixo objetos com água, emborco tudo, garrafas pet eu jogo no lixo e o reservatório de água fica sempre tampado", disse.
Embora tome todos esses cuidados, a dona-de-casa sabe que a sua ação isolada não é suficiente. "Não adianta eu fazer todo o asseio onde eu moro se os vizinhos derem condições para o mosquito se reproduzir", explicou.
Na Bahia, este ano, mais de 7 mil pessoas já passaram pela mesma situação de Renilda e Maria. A diretora da Vigilância Epidemiológica da Sesab, Alcina Andrade, afirmou que, ao primeiro sintoma da dengue, a pessoa deve se dirigir ao posto de saúde e, caso seja detectado um caso grave da doença, ela será encaminhada para internação. "Em Salvador, este ano, foram contabilizados 176 casos de dengue, mas nenhum da forma grave", destacou.
Distribuição da
frota de fumacê
Alcina informou que a frota de fumacê do estado está distribuída entre as regiões baianas onde a doença foi detectada, principalmente a de Irecê, onde o número de ocorrências é maior. Ela disse que o combate é feito basicamente com recursos federais, com 30% de contrapartida do governo estadual e outros 30% dos municípios.
"A primeira epidemia aqui foi em 1996, com mais de 40 mil casos do tipo 2. Em 2002, foram 22 mil casos do sorotipo 1", lembrou a diretora. Segundo ela, são quatro tipos de vírus da dengue, dos quais três já estão na Bahia e um apenas recentemente foi detectado recentemente no Brasil, mas ainda não chegou ao estado.
E declarou que a variedade do vírus aumenta o perigo de se contrair a forma grave da doença. "Uma pessoa que já teve um tipo, está imunizada contra ele. Mas, quando se contamina do outro, os riscos são maiores", afirmou.