Dezenas de estudantes de medicina da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) estiveram nesta tarde de segunda-feira, 25, na Assembléia Legislativa, com o objetivo de sensibilizar os deputados para o problema da falta de professores o que vem prejudicando a formação acadêmica e a capacidade profissional.

  Na opinião do aluno Hugo Oliveira, um dos líderes do movimento, há um descaso do governo do Estado com a UEFS já expresso pelos professores no ano de 2007, o governo já teve tempo suficiente de fazer concurso público, porém, não fez, dos 54 professores do curso de medicina 15 são do REDA, e o internato está comprometido. Há, na visão dos estudantes, um sucateamento do curso.

   Os estudantes fizeram uma manifestção de rua em Feira de Santana, na manhã de hoje, e, à tarde, em comitiva, se deslocaram para a AL. Segundo o deputado Tarcízio Pimenta (DEM) que acompanhou a turma desde Feira, a "situação é crítica, grave, e o governo com seu costumeiro marasmo e descaso, nada resolve".

   O deputado Tarcízio Pimenta foi a tribuna da AL e diante dos olhares atentos do grupo de estudantes que se encontrava na galeria, disse que é "inadmissível o que está acontecendo com o curso de medicina da UEFS e a postura do secretário da Saúde, Jorge Solla, o qual, alega que falta médicos para atender às crescentes demandas da rede pública de saúde, enquanto o governo Wagner pratica esse tipo de desmanche".

    Em defesa do governo, o deputado Zé Neto (PT), ainda surpreso com o que estava acontecendo na AL apelou para a questão de natureza política e disse que "esses são problemas históricos e da falta de planejamento", situando que o governador Wagner vai resolver ao longo do tempo. Para Zé Neto, não "há omissão do governo nesse sentido, não estamos fechados ao diálogo e vamos sanear esse problema", frisou.

    ENCONTRO NO
    SAGUÃO COM
    REITOR E
    DEPUTADOS

    Após a fala de Tacízio os estudantes se reuniram no saguão da AL com uma parte dos deputados da oposição, os líderes Gildásio Penedo e Heraldo Rocha, os deputados Tarcízio Pimenta e Elieldison Ferreira, ambos do DEM, quando foram discutidas questões relacionadas com as deficiências do curso. Presente também neste encontro, sem a ajuda da bancada do governo, o reitor da UEFS, José Carlos Barreto.

    Para o deputado Heraldo Rocha a questão não deve ser vista como insinuou o deputado Zé Neto, "olhando para um retrovisor que não existe". O problema é atual e precisa ser encarado pelo governo e até com postura suprapartidária da AL, tanto que os alunos foram se encontrar com o presidente da AL, deputado Marcelo Neilo (PSDB).
"Se querem levar essa questão para o lado político nós topamos, mas é lamentável", situou Rocha.