Diabetes em crianças e adolescentes" foi o tema escolhido este ano para as comemorações do Dia Mundial do Diabetes, que transcorre a 14 de novembro por iniciativa da Federação Internacional de Diabetes.

  A data, assinalada em mais de 140 países, na Bahia terá atividades promovidas pela Secretaria da Saúde do Estado, por meio do Centro de Referência Estadual para Assistência ao Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), em parceria com a Sociedade Brasileira de Diabetes/Regional Bahia.

  Segundo a endocrinologista Reine Chaves Fonseca, diretora do Cedeba, o enfoque central da campanha este ano, priorizando o diabetes em crianças e adolescentes, tem o apoio da ONU (Organização das Nações Unidas), que assinou resolução reconhecendo o diabetes como uma doença crônica e de alto custo. "O objetivo do trabalho é lutar para que nenhuma criança fique sem tratamento ou morra por causa do diabetes", revela a endocrinologista.

  Novas estatísticas do International Diabetes Center (IDF) mostram que a cada ano, mais de 70 mil crianças desenvolvem diabetes tipo 1. No mundo, 440 mil crianças com menos de 14 anos têm esse tipo de diabetes, enquanto o tipo 2, que antes se desenvolvia apenas em adultos, está aumentando com uma rapidez considerada alarmante pelos especialistas, especialmente entre minorias étnicas. A obesidade e a falta de atividade física são fatores apontados por Reine Fonseca como responsáveis por esse quadro.

 

CONSCIENTIZAÇÃO
SOBRE A DOENÇA

 

 As atividades programadas para o Dia Mundial do Diabetes visam massificar informações sobre as causas, sintomas, tratamento e complicações associadas ao diabetes. "Estatísticas comprovam que 50% das pessoas que têm diabetes não sabem que são portadoras do distúrbio, o que comprova a necessidade de serem incentivadas ações de promoção à saúde que possibilitem prevenir ou retardar o aparecimento do diabetes", revela a diretora do Cedeba, acrescentando que, no Brasil, as estatísticas indicam que 7% da população na faixa etária de 30 a 79 anos e 20% da população acima de 70 anos têm diabetes.

  Detectado o distúrbio, o tratamento adequado pode minimizar as conseqüências, daí a necessidade do enfoque especial à educação em saúde, alertando a população para a importância da atividade física diária, alimentação saudável e combate ao estresse na prevenção do diabetes. Outro importante enfoque é a divulgação persistente da necessidade de prevenção de complicações crônicas da doença, que ocasionam elevado custo para a saúde pública - em 1999, foram gastos mais de R$ 31 milhões em hospitalizações, somente no SUS (Sistema Único de Saúde), custo relacionado com a alta permanência hospitalar devido à severidade de complicações, que costumam demandar procedimentos de alta complexidade.