Veja como proceder
Uma fotografia pode registrar muito mais que um momento familiar, pode revelar, principalmente em crianças, uma doença na região ocular conhecida como retinoblastoma.
O problema fica aparente à luz do flash da câmera, que ao bater sobre os olhos reflete uma mancha branca na pupila, que vem a ser a superfície de um tumor. De acordo com o oftalmologista Milton Correa, o problema é raro, porém pode ser encontrado no dia-a-dia, e que por ser um tipo de câncer, além do oftalmologista deve ser acompanhado também por um oncologista.
Milton Correa, que é especialista em retina e faz parte da equipe médica da Oftalmoclin, explica que retinoblastoma é um tumor malígno originário de células da retina, que é a membrana do olho sensível à luz, e que a apresentação mais comum da doença é o reflexo pupilar branco ou o reflexo do "olho de gato".
"O retinoblastoma pode ser congênito ou aparecer durante os três primeiros anos de vida e pode afetar os dois olhos ou apenas um olho", ilustra o oftalmologista.
Segundo ele, o diagnóstico é feito pelo exame do fundo do olho, em geral complementado pela ultrassonografia ocular ou pela tomografia computadorizada das órbitas oculares para avaliar a extensão do tumor e avaliar se o nervo óptico e estruturas ósseas estão envolvidas na doença, agora para avaliar a invasão no nervo óptico, a ressonância nuclear magnética tem valor ainda maior.
"O tratamento do retinoblastoma depende do seu estágio de evolução. Tumores pequenos, em geral são tratados por laser. Tumores médios são tratados por quimioterapia, braquiterapia e laser. Já nos tumores grandes, geralmente só podem ser tratados pela remoção do globo ocular", revela, complementando que os resultados são melhores quanto menos avançado é o estágio da doença.
Milton Correa ressalta a importância da avaliação oftalmológica precoce, pois além deste problema, as crianças podem enfrentar outros problemas oculares como a retinopatia da prematuridade, este afeta bebês de baixo pêso que ao nascer são submetidos à oxigenoterapia.
"Nestes casos, os bebês podem desenvolver alterações retinianas que podem levar a cegueira, por isto estas crianças devem ser submetidas ao mapeamento de retina e ultrassom diagnósticos o quanto antes, para os devidos tratamentos, que podem ser laserterapia, crioterapia ou até uma cirurgia ocular extensa, dependendo do nível de retinopatia que se encontra", fala o oftalmologista.