Saúde

VIII SIMPÓSIO DE ALERGIA: DOENÇAS ALÉRGICAS SÃO CASO DE SAÚDE PÚBLICA

VIII Simpósio Internacional de Alergia vai até domingo, em Salvador
| 17/08/2007 às 15:07

  As características climáticas de Salvador, com muita umidade e calor, são fatores propícios para a proliferação de ácaros e mofo, principais causadores das alergias.

  Por isso, pelo menos 27% da população manifestam doenças alérgicas respiratórias, como a asma, e 20% sofrem de renite alérgica, especialmente os jovens. O quadro é preocupante e, como afirmou o médico alergista e imunologista Régis Albuquerque Campos, professor da UFBA e coordenador do ambulatório de alergia do Hospital das Clínicas, qualifica as doenças alérgicas com caso de saúde pública.

  Este foi um dos principais temas debatidos nesta sexta-feira, durante a abertura do VIII Simpósio Internacional de Alergia e Imunologia Clínica, que acontece até domingo, no Hotel Fiesta.

  O professor destaca que o hospital da rede pública não tem serviço de alergia, fato que determina a grande demanda no Hospital das Clínicas, onde em média são atendidas 30 pessoas no período da manhã. Ele afirmou que há necessidade de investimentos em saúde e programas de apoio do governo para esta área da Medicina, além da implantação do atendimento ambulatorial por médicos especializados em alergia e imunologia.


  RENITE ALÉRGICA

  O especialista revela que há pacientes que apresentam apenas o quadro de renite alérgica, mas pelo menos 80% das pessoas que têm asma também têm renite. "É preciso tratar a renite para combater a asma", disse ele. Existe vacina contra a renite, e uma pesquisa realizada em países nórdicos revelou que a maioria das pessoas vacinadas contra a renite não desenvolveu quadro de asma.


  A renite alérgica, como as demais alergias, ensina o professor, é uma resposta exagerada do sistema imunológico e é por isso que se manifesta com maior incidência nas pessoas mais jovens. A doença afeta a qualidade de vida do paciente, que sofre de dores de cabeça e acaba tendo muitas faltas no trabalho e na escola.


  Para diminuir a incidência de quadros alérgicos, ensina o especialista, não se deve deixar o quarto muito tempo fechado e é recomendável que se retire objetos que acumulem poeira, como carpetes, cortinas, e bichos de pelúcia. Os lençóis devem ser trocados pelo menos duas vezes por semana, pois o ácaro se alimenta dos restos de pele, e lavados preferencialmente com água quente. A casa deve ser limpa com pano úmido, e os produtos com cheiro forte devem ser evitados.  


  Leishmaniose


  A programação deste sábado, segundo dia do simpósio, será dedicada totalmente ao debate sobre a Leishmaniose, doença que tem um quadro assustador no Brasil. A Bahia é o segundo estado brasileiro, depois do Amazonas, onde ocorre a maior incidência da Leishmaniose Cutânea, e terceiro em ocorrências da Leishmaniose Visceral, depois do Ceará e do Rio Grande do Norte. Transmitida ao homem pela picada de mosquitos, a leishmaniose é enfermidade provocada por protozoários do gênero Leishmania, que de acordo com a espécie podem produzir manifestações cutâneas e viscerais. Animais silvestres e domésticos, como os cães, também são hospedeiros do protozoário.