A cirurgia foi realizada na última sexta-feira, 10
Trinta e quatro por cento da população sofre de artrose, sendo 10% localizada no ombro. Nos idosos é um problema sério que aos poucos impede a movimentação do ombro, gera dor intensa, mesmo em momentos de repouso, obrigando-os a viver a base de remédios para suportar o grande incômodo.
Este problema, que não havia tratamento até agora no Brasil, apenas paliativos, pode ser causado por dois fatores: a artropatia do manguito rotador - que é a rotura do conjunto de tendões do ombro que são responsáveis pelos movimentos de rotação, elevação, flexão e extensão -, ou pela osteoartrose sem tendões - que é um desgaste da cartilagem articular com rotura, impedindo os movimentos.
A partir de agora, pacientes com estes problemas poderão recorrer a uma técnica chamada de Prótese Reversa do Ombro, cirurgia que foi realizada na ultima sexta-feira (10) com sucesso, com pioneirismo no país, por um ortopedista baiano.
De acordo com Luís Marcelo Leite, especialista em ombro que está realizando a técnica em Salvador, a Prótese Reversa do Ombro se baseia na substituição da articulação defeituosa, ou estragada, que dói muito e não funciona.
"A maior e mais precisa indicação desta prótese é para o ombro doloroso, que está incapaz, problema causado por rupturas irreparáveis dos tendões do ombro. Essa técnica é necessária quando já foram esgotadas todas as possibilidades de tratamento, passando pela fisioterapia, acupuntura e infiltrações, até procedimentos pouco invasivos como a vídeo-artroscospia", explica Marcelo Leite.
SENHORA
O quadro clínico descrito acima é o caso da primeira paciente a ser beneficiada pela técnica no Brasil, que foi operada por Marcelo Leite.
"A paciente é uma senhora de 65 anos, que sofre de dor no ombro, mesmo em repouso, há dez anos e que tem grande limitação dos movimentos. Já havíamos esgotado todos os tratamentos convencionais para melhorar seu quadro, mas não conseguimos o resultado desejado.
Agora, com a Prótese Reversa do Ombro, tentaremos proporcionar uma melhora de 80% a 90%, aumentando sua qualidade de vida", esclarece o ortopedista. Segundo o especialista, a nova técnica, que já vem sendo utilizada há alguns anos na Europa, principalmente na França, demorou para chegar no Brasil pelo alto custo da prótese. E, para ele, o procedimento já chega no país para atender uma demanda reprimida de pacientes.
"Há alguns anos já buscávamos melhorar a qualidade de vida de diversas pessoas, mas não tínhamos acesso a esse material em nível nacional. Hoje, que a prótese passou a ser comercializada, já temos 12 pacientes esperando a cirurgia e sabemos que em breve estaremos atendendo um número maior", afirma o médico.