O Ministério Público Estadual ameaça pedir a interdição do Hospital Clériston Andrade, o maior do Estado situado em Feira de Santana, no prazo máximo de 30 dias. O promotor Cristiano Chaves realizou uma vistoria no hospital na última quinta-feira (14) com a participação de um representante do Conselho Regional de Medicina (Cremeb) e disse que a unidade de saúde não tem mais condições de funcionamento. "A situação do hospital é grave e se não forem tomadas soluções, nós vamos pedir a interdição", disse o promotor. Segundo o médico e delegado do Cremeb, Aderbal D´Aguiar, há problemas na estrutura física, nos equipamentos e na capacidade do Clériston em atender à demanda dos pacientes. Atualmente, o hospital atende pessoas de 120 cidades da região.
Há três denúncias contra o hospital no Ministério Público que motivaram a vistoria na unidade: a constante falta de médicos nos últimos meses, em decorrência das mudanças no sistema de contratação dos profissionais; irregularidades apontadas pela Vigilância Sanitária na estrutura física, e o número de mortes no Clériston.
Foram registradas quase 700 mortes nos cinco primeiros meses do ano. Segundo o Ministério Público, foram 200 mortes a mais em relação ao mesmo período do ano passado. A promotoria acusa da secretaria de Saúde (Sesab) pelos problemas e diz que vai cobrar soluções da Sesab.
O diretor do Clériston Andrade, dr. Vagner Bonfim, disse que o número de mortes está de acordo com os dados habituais registrados no hospital. O diretor informou ainda que a quantidade de médicos na emergência está normalizado. Ele disse que deve encaminhar documentos relativos à situação da unidade de saúde ao Ministério Público.
CAOS NA SAÚDE
Para o deputado Tarcísio Pimenta (DEM) a saúde pública na Bahia está um caos e o que é mais grave, segundo sua afirmação, é que o "secretário Jorge Solla, mentor do caos, viajou para a Europa com o governador não se sabe exatamente para que".
Em Feira, nesta manhã de sexta-feira, 15, houve acirramento dos problemas de atendimento no Clériston, de acordo Tarcísio, porque além da falta "de tudo, até equipamentos e remédios estão pedindo a Prefeitura, ambulâncias estão sendo sucateadas no páeto".
Em defesa do governo, falando numa emissora de rádio de Feira, o deputado Zé Neto (PT) disse que o governo do Estado tem se esforçado no sentido de melhorar a situação da rede pública de saúde na Bahia.
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