O INCOBA, com a federalização do Ana Neri, passa para a Fapex/UFBA
Na palma da mão, o coração, figurativo, como objeto de disputa no meio médico (F:G)
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Em comunicado à população baiana, o Instituto Sócrates Guanaes, através do seu diretor presidente André Guanaes, e do presidente do Conselho Científico, Armênio Guimarães, publicou um informe em A Tarde, comunicando que após 1 ano de realizações do INCOBA (Instituto do Coração da Bahia) e por força da "federalização do Hospital Ana Neri e decisão da SESAB, a gestão do INCOBA passará a FAPEX/UFBA, e, portanto, o ISG deixará de gerenciar esses serviço.
Na nota, bastante educada por sinal, mas, entendida no meio médico como um protesto do Instituto Sócrates Guanaes à decisão da Secretaria de Saúde do Estado, sobretudo em relação à postura do secretário Jorge Solla, destaca que o "INCOBA representa a primeira unidade pública especializada em cardiologia criada no Estado da Bahia", estruturada visando atender à grande e crescente demanda existente no atendimento às doenças do coração.
Destaca ainda a nota que a gestão do INCOBA foi assumida pelo ISG, uma "Organização Social de Direito Privado sem fins lucrativos, fundada em 13 de junho de 2000, reconhecida como de utilidade pública municipal e estadual", em escolha através de "processo público de seleção, de acordo com o edital de seleção 001/2006, por meio de processo transparente de licitação pública".
Mais adiante diz que o INCOBA foi 'inaugurado em 28 de maio de 2006, com uma equipe multidisciplinar altamente qualificada (22 doutors, cinco mestres e dezenas de especialistas) a fim de alcançar excelência em assistência, ensino, pesquisa e extensão", firmando-se como referência na área cardiovascular, "representando produtividade comparável a grandes centros da cardiologia brasileira, como o INCOR e o Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras (INCL".
Por fim, diz a nota que o ISG agradece a toda equipe "que lutou espartanamente em defesa de um serviço ético e digno de nossa cardiologia" e deseja a "UFBA-FAPEX a mesma sorte e sucesso que tivemos à frente deste projeto, para continuar oferecendo o atendimento que os baianos merecem".
COMENTÁRIO
BAHIA JÁ
Esta é a nota (vide em A Tarde, edição de hoje, 25/5, na íntegra) bastante educada, mas, para o setor médico envolvido nesse e noutros projetos com críticas e advertências nas entrelinhas à política adotada, atualmente, pelo governo do Estado, através da SESAB.
No campo político, entendem alguns deputados da oposição que a SESAB atua na contra-mão da política nacional de saúde que é, exatamente, estadualizar e municipalizar os serviços de atendimento à saúde pública.
Ademais, temem que o INCOBA perca eficiência na medida em que, não sabem, até o momento como o Estado vai repassar os recursos a FAPEX.
Além disso, como o INCOBA foi montado com dinheiro do Estado (app. R$9 milhões) e estava funcionando bem com o ISG, não haveria motivos para mudar.