Vereadores querem saber porque o reitorn Naomar não fala sobre o caso
Os depoimentos dos envolvidos no crime de Neylton Souto dados ao juiz Cássio Miranda no início desta semana, todos orientados pelos advogados, com contradições, mentiras e outros, trouxe à luz observações feitas pela subsecretária Aglaé Souza, também postas no programa de MK, na Rádio Metrópole, dando conta de que o secretário da Saúde do Município, Luis Eugênio Portela, sabia de irregularidades que eram praticadas no âmbito da pasta.
E mais: que o envolvimento dela e sua parceira Tânia Pedroso no crime não passavam de um complô diante de atitudes austeras que tomaram para reduzir custos de contratos, entre eles, o envolvendo o Hospital Espanhol. A entrevista da dupla de mulheres em MK chegou a comover alguns ouvintes, dada a capacidade e o preparo intelectual de ambas, mas, a rigor, não sensibilizaram a polícia que tem provas (gravações telefônicas e outras) que levaram a pedir a prisão de ambas, nem a opinião pública mais atenta aos fatos.
E muito menos a promotora Armênia Santos, do MP, que participou dos depoimentos no fórum Ruy Barbosa como observadora e após o encontro, disse à imprensa, que se mantinha convicta da participação dos quatros envolvidos no crime, faltando apenas descobrir qual a motivação do mesmo.
Agora, a direção do Centro Espanhol vem a público para desmentir Aglaé e dizer que, pelo menos no caso dessa entidade, não houve reducação de custos dos serviços (e sim acréscimos), que a Prefeitura deve R$25 milhões a entidade, o que, na opinião de Manoel Fraga, presidente da Real Sociedad Española, trata-se de um pano de fundo (da subsecretária) para tentar encobrir seu envolvimento no crime.
Agora, faltam o secretário Luís Eugênio Portela vir a público falar sobre o assunto, até porque foi acusado por sua subsecretária de negligente, e também a UFBA que até então mantém um silêncio de pânico em relação aos contratos milionários que dispõe com a Secretaria de Saúde. O vereador Téo Senna, líder da oposição na Câmara, já cobrou isso do reitor Naomar Almeida, mas, até o momento, nada de explicações.
Vale ressaltar que a UFBA é uma das instituições mais respeitadas da Bahia. E, obviamente, se mantiver esse silêncio, vai ficar com sua imagem manchada.