Um boicote de médicos no Hospital Roberto Santos, no Cabula, prejudicou o atendimento aos pacientes na noite desta última quarta-feira. Um funcionário que não quis se identificar afirmou que no início da noite só havia um médico de plantão e que outros dois chegaram a partir das 22h, quando o efetivo normal é de seis profissionais.
Atendentes do setor de emergência do Roberto Santos orientavam parte dos pacientes a buscar atendimento no Hospital Geral do Estado (HGE), como ocorreu com a mãe de uma criança que reclamava de dor de ouvido. A distância entre os dois hospitais é de mais de 10km.
O diretor do Hospital Roberto Santos, Roberval Gonzalez, tentou minimizar o problema, alegando que "poucos" médicos faltaram ao trabalho e que isso não chegou a afetar o funcionamento do hospital. Porém, admitiu que alguns médicos só apareceram depois de insistentes apelos. "Telefonamos para os profissionais tentando sensibilizá-los sobre a importância da vinda ao trabalho", explicou.
Impasse
O boicote é reflexo da decisão da Secretaria da Saúde que, em atendimento a uma notificação do Ministério Público Federal do Trabalho, não renovará o contrato com a Coopamed - cooperativa que congrega cerca de 70% do efetivo dos médicos que atuam na emergência dos hospitais públicos estaduais. O contrato termina no final de abril.
O governo já abriu edital para preencher as 2.955 vagas por meio de contratação temporária via Reda (Regime de Direito Administrativo). Até agora, segundo dados extra oficiais, apenas 1,5 mil candidatos se inscreveram para a seleção. As inscrições terminam nesta sexta-feira.
Na tentativa de contornar o impasse, o secretário de saúde Jorge Solla participará de uma assembléia no auditório do ISBA, a partir das 19h, de hoje, com representantes da ABM, sindimed e Cremeb.