Salvador

INICIATIVAS MUNICIPAIS DE RECICLAGEM TRAZEM IMPACTOS AMBIENTAIS À SSA

Iniciativas municipais de reciclagem trazem impactos ambientais e sociais para Salvador
Secom Salvador , Salvador | 18/08/2025 às 17:09
Iniciativas municipais de reciclagem trazem impactos ambientais e sociais para Salvador
Foto: Otávio Santos/ Secom PMS

Catadores e grupos de recicláveis desempenham um papel essencial para a sustentabilidade urbana de qualquer cidade. Na capital baiana, iniciativas atreladas ao trabalho desses profissionais evitam que toneladas de resíduos tenham como destino final os aterros sanitários. O programa Recicla Salvador, por exemplo, criado em março deste ano, já coletou mais de 4,6 mil toneladas de resíduos do tipo. O vidro é o material mais reaproveitado, representando 40,5% do total recolhido, seguido por papel e papelão (32,98%) e plástico (9,03%).

Ivan Euler, titular da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis), afirma que os catadores e os grupos de reciclagem são peças-chave para o funcionamento sustentável de Salvador, não apenas pelo serviço ambiental que prestam, mas também pelo impacto social positivo que geram.

  "Os catadores e os grupos de reciclagem desempenham um papel fundamental para Salvador. Além de contribuírem diretamente para a preservação do meio ambiente, eles geram renda, dignidade e cidadania para centenas de famílias. A Prefeitura reconhece esse trabalho e tem buscado fortalecer, cada vez mais, iniciativas que apoiem essas pessoas e organizações, por meio de parcerias, apoio técnico e incentivo à coleta seletiva. Valorizar os catadores é cuidar da cidade e construir um futuro mais justo e sustentável para todos. Por isso, o fortalecimento dessa categoria é uma premissa da nossa gestão", comentou.

O programa também remunera cooperativas responsáveis pela gestão dos contêineres com R$ 3 mil mensais cada. Além disso, o município também disponibiliza caminhões para as cooperativas. Ao todo, são investidos mais de R$135 mil por mês no apoio ao programa.

Parceria - Atuando desde 2007 no Subúrbio de Salvador, a Cooperativa Cooperguary tem desempenhado um papel importante na cadeia da reciclagem da capital baiana, sendo uma das parceiras do Recicla Salvador.

Genivaldo Ribeiro, integrante do Conselho Fiscal e um dos fundadores da cooperativa, comentou sobre os avanços conquistados nos últimos anos, sobretudo com o apoio da Prefeitura. Hoje, afirma ele, 30 famílias vivem diretamente do trabalho na cooperativa. O dinheiro gerado vai direto para a economia do Subúrbio.

“O impacto é enorme, tanto do ponto de vista ambiental quanto social. São toneladas de resíduos que deixamos de ver poluindo rios, praias e o aterro sanitário, que já está sobrecarregado. Socialmente, o trabalho beneficia pessoas que moram aqui perto e que encontram na cooperativa uma forma digna de sustento. É o meu caso e o de todos os cooperados”, disse.

A cooperativa divide suas atividades entre coleta, triagem e comercialização dos materiais recicláveis. Um caminhão cedido pela Prefeitura realiza coletas uma ou duas vezes por semana, atendendo às demandas dos três contêineres geridos pela Cooperguary nos bairros da Pituba, Canabrava e Periperi.

“Aqui temos homens e mulheres, muitos pais e mães solo, que tiram seu sustento do material reciclável. Essa sinalização da gestão municipal é um reconhecimento que vínhamos buscando há muito tempo. Salvador tem avançado muito na coleta seletiva e na valorização dos catadores. Somos a primeira capital do Brasil e queremos continuar sendo referência em hospitalidade, sustentabilidade e limpeza urbana”, completa Ribeiro.

Cadeia produtiva - Entre 80 a 120 toneladas de resíduos são recolhidas mensalmente pela cooperativa. O material mais abundante é o papelão, que representa entre 60% e 70% de tudo o que é coletado. Após a triagem, o resíduo é prensado e encaminhado para a indústria, retornando à cadeia produtiva como novas embalagens.

Além do papelão, a cooperativa também recolhe plástico, vidro, ferro, isopor e até óleo de cozinha usado, que tem sido destinado diretamente a usinas para produção de biodiesel.

“A gente realiza esse recolhimento em diversos estabelecimentos e está sempre buscando novas parcerias para expandir. Eu acredito que esse é o caminho: investir na reciclagem. Em tempos de emergência climática, a reciclagem é a mola-mestra. Quanto mais reciclamos, menos recursos naturais são extraídos para produzir matéria-prima, e menor é o impacto ambiental. Reaproveitar é preservar”, finaliza.

Coleta seletiva – O programa Roda, por sua vez, é uma iniciativa criada em julho deste ano e que promove a coleta seletiva porta a porta no Centro Histórico, com agendamento gratuito por WhatsApp (71) 99957-8803 ou site (alimentesolos.rds.land/roda-salvador).

Em seus primeiros dias de lançamento, foram recolhidos 2.384,85 kg de materiais recicláveis, com média diária de 238,4 kg, em um trajeto de 206,7 km percorridos. Ao todo, 71 estabelecimentos participaram da ação, contribuindo para a mitigação de 44,44 kg de CO2.

A operação beneficia quatro cooperados diretamente e 13 de forma indireta, todos ligados à Cooperativa de Reciclagem União Nazaré (CRUN), responsável pela triagem dos resíduos. O projeto é uma parceria com a startup Solos, o programa internacional Urban Ocean (Resilient Cities Network) e a Limpurb. A expectativa é de ampliação para outros bairros da cidade.