Baile da Independência homenageia sambista Walmir Lima e celebra cultura baiana no Campo Grande
Ana Virginia Vilalva , Salvador |
04/07/2025 às 10:20
O povo é o povo
Foto: FGM
A programação especial do 2 de Julho, em Salvador, contou com mais uma edição do tradicional Baile da Independência, realizado na noite desta quinta-feira (3), no Campo Grande. Promovido pela Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM) e da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), o evento teve entrada gratuita e resgatou a atmosfera de antigos bailes populares que, desde o século XIX, integram as celebrações da data.
A noite começou com a apresentação do Coral da Cidade, formado por cerca de 25 servidores públicos municipais. “Tivemos hoje uma plateia lotada, todas as 300 cadeiras lotadas para assistir o Coral da Cidade e o tradicional Baile da Independência. Hoje é um dia tradicional, um dia de celebração que a gente sempre preserva”, afirmou o diretor de Artes e Fomento Cultural da FGM e coordenador do 2 de Julho, George Vladimir.
Integrante do coral, a servidora Paloma Ayres, da Secretaria Municipal de Gestão (Semge), não escondeu a emoção de participar da apresentação. “Vou fazer um ano de coral agora em agosto, quase uma recém-chegada. É uma honra e um privilégio poder se apresentar no Baile da Independência, representar a cidade de Salvador, representar a Prefeitura. Nós somos um coral da Prefeitura, e poder me apresentar pela primeira vez em um evento tão rico como esse é uma satisfação e um orgulho muito grande”, disse.
Com a Orquestra Fred Dantas, o Baile da Independência teve um repertório diversificado, que percorreu diferentes vertentes da música brasileira e baiana, mesclando axé, samba e música afro-brasileira. O concerto foi aberto com uma versão orquestrada do “Hino ao 2 de Julho”, e seguiu com clássicos conhecidos pelo público.
Reconhecimento – Um dos momentos mais aguardados da noite foi a homenagem ao sambista Walmir Lima, um dos principais nomes da música popular da Bahia. Aos 94 anos, o artista subiu ao palco para acompanhar as interpretações de sucessos como “Mudança da Ribeira”, “Santo Amaro é uma Flor” e a emblemática “Ilha de Maré”. A canção, lançada por Alcione em 1977 e regravada por Mariene de Castro, é considerada por muitos um segundo hino da Festa do Bonfim.
“Desde que eu nasci estou envolvido com a música, meu pai era músico. Nasci com a cara na música. Eu sou filho soteropolitano dessa terra, essa homenagem, para mim, é uma coisa maravilhosa, eu me sinto muito feliz. Para mim, só é felicidade”, declarou o homenageado.
O maestro Fred Dantas relembrou que a escolha por homenagear Walmir Lima vem de uma proposta de valorização da cultura baiana. “A homenagem a Walmir Lima dá prosseguimento a um trabalho que eu vinha tendo de valorizar pilares significativos do que a gente chama de cultura baiana, da musicalidade da Bahia. Gostaria de registrar o apoio da Fundação Gregório de Mattos e da Prefeitura Municipal de Salvador, que continuam acreditando em mim, mantendo viva essa chama”, declarou.
Casa cheia – Da plateia, a aposentada Dilzete Souza, de 70 anos, moradora do Rio Vermelho, marcou presença. “Frequento o Baile da Independência há dois anos. Danço todas as músicas que me permitir. Para mim, essa é a melhor parte da programação do 2 de Julho”, contou.
Também presente no evento, o presidente da FGM, Fernando Guerreiro, citou a importância de manter viva a tradição. “Esse, particularmente, foi o 2 de Julho que mais gostei. Uma festa que está correndo maravilhosamente bem. Hoje, obviamente, estamos voltando com a tradição, trazendo mais uma vez esse baile que a população adora. Essa homenagem a Walmir Lima, com 94 anos de idade, é sensacional. Cada dia uma surpresa com a programação especial do 2 de Julho”, vibrou.