Salvador

RUA JOÃO DE DEUS NO PELOURINHO ESCOLHIDA PELO BJÁ A SEGUNDA MAIS BELA

Homenagem a um dos mártires da Conjuração Bahiana de 1798 também conhecida como Revolta dos Alfaiates
Tasso Franco , Salvador | 27/11/2023 às 10:40
Segunda rua mais bonita de Salvador
Foto: BJÁ
   A Rua João de Deus no Pelourinho - nasce na Praça do Terreiro de Jesus esquina com a Laranjeiras e vai até o Maciel de Baixo - e integra a área que antigamente se chamava Quinta do Maciel e foi considerada pelo BahiaJá como a segunda mais bonita de Salvador. A campeã foi a Rua Direita de Santo Antônio Além do Carmo. 

   José Sotero Maciel de Sá Barreto morava no Pelourinho no Solar que se chama do Ferrão e tinha uma enorme horta que abastecia a cidade dai, também, vem a denominação da Rua das Flores. Segundo o historiador Luiz Eduardo Dórea, em "Os nomes das ruas contam histórias", o Maciel de Baixo era conhecido como Caminho dos Soldados "porque era através dele que chegavam até a fortificação de Santa Catarina os componentes da Guarnicação da Porta Norte da Cidade.

   A denominação da Rua João de Deus data de 1932 e homenageia João de Deus do Nascimento, alfaiate, que participou da Conjuração Baiana de 1798. Era natural de Cachoeira sendo filho legitimo de José de Araújo, um homem branco, e de Francisca Maria da Conceição, uma mulher parda.

   João deixou sua cidade natal para morar em Salvador onde conheceu sua futura esposa Luiza Francisca de Araújo, com quem teve 5 filhos. Trabalhava como mestre alfaiate em sua loja, situada na Rua Direita do Palácio, onde trabalhava e residia junto com a esposa e os filhos. Seus clientes abrangiam desde a elite baiana até os militares.

Inconformado com a situação de miséria da colônia, em meados da década de 1790, começa a participar de reuniões secretas, juntamente com estudantes, comerciantes, proprietários, intelectuais, soldados, artesãos e funcionários.

Foi preso em 16 de setembro de 1798,após o aparecimento de folhetos clandestinos em Salvador anunciando a chagada de tempos de liberdade, criticando a monarquia portuguesa, reivindicando aumento do soldo dos soldados e reiterando a situação política da França.

Acusado de ser um dos autores dos textos anônimos em 11 de setembro, segundo declaração registrada nos autos do processo, confessa "ter entrado no projeto, em que se tentava levantar uma revolução nesta cidade."

Condenado à morte e enforcado pelo crime de lesa majestade, seu corpo é repartido em pedaços e exposto em praça pública. É considerado um mártir do Movimento Revolucionário de 1798. Em 1932, a Rua João de Deus, localizada em Salvador, recebeu este nome em sua homenagem. Posteriormente também recebeu um busto na Praça da Piedade.

Em 2011, foi incluído no Livro dos Heróis da Pátria, juntamente com outros líderes da Conjuração Bahiana, de acordo com a Lei nº 12.391.