O Te Deum (A Ti, Deus!) é um hino da Liturgia das Horas, rezado aos domingos e dias solenes. Este hino foi composto por Santo Ambrósio e Santo Agostinho, no ano de 387, em Milão, por ocasião do batismo de Santo Agostinho
Tasso Franco , Salvador |
01/07/2023 às 13:56
Aconteceu neste sábado
Foto: Otávio Santos
O tradicional Te Deum, que historicamente marca o início dos festejos pela Independência do Brasil na Bahia, foi celebrado na manhã deste sábado (1º) na Catedral Basílica de Salvador, no Terreiro de Jesus, no Pelourinho. A cerimônia foi presidida pelo Cardeal Dom Sérgio da Rocha ao som do Coral da Irmandade do Senhor do Bonfim, regido pelo Maestro Francisco Rufino, e contou com a presença de autoridades civis e militares.
Para marcar o bicentenário da Independência da Bahia, a missa histórica retornou em 2023 para a Catedral Basílica de Salvador, sede do arcebispo-primaz do Brasil e a mãe de todas as igrejas católicas brasileiras. No ano passado, ele foi realizado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, após dois anos sem a cerimônia por causa da pandemia. O Te Deum, que em latim significa “A Ti, Deus”, é um louvor antigo da Igreja Católica, entoado apenas em ocasiões especiais. Há quase 200 anos, é com essa celebração que se abrem os festejos do 2 de Julho.
Segundo Dom Sérgio da Rocha, o Te Deum reconhece que Deus é o senhor da história. “Por isso, realizamos através dele a homenagem e agradecemos aos personagens históricos que marcaram a Independência do Brasil na Bahia, que deve ser acompanhada dessa atitude de louvor a Deus, de ação de graças porque é Ele quem nos conduz”, explicou.
Ele destacou ainda que personagens da igreja participaram do processo de independência. “A igreja sempre defendeu valores como a liberdade verdadeira, sobretudo frente à opressão. O próprio Te Deum expressa que aquele momento foi vivido com fé, senão não teríamos esse hino já entoado naquele tempo. A catedral é a igreja mãe de toda a arquidiocese e de todo o Brasil, então há um sentido muito grande que, na celebração dos 200 anos da independência, estejamos nos reunindo aqui”.
O presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, também destacou o retorno do Te Deum para a Catedral Basílica de Salvador. “A catedral é, na minha opinião, a igreja mais bonita que a gente tem. Ela está belíssima, foi totalmente restaurada recentemente, passou por uma recuperação maravilhosa e é mais do que justo que o Te Deum retorne à sua casa original”.
Guerreiro também lembrou que o início da celebração ocorreu na noite de sexta-feira (30), com a encenação da Resistência Cabocla na Praça do Campo Grande. “Começamos as celebrações ontem, com o espetáculo do Bando de Teatro Olodum, que foi maravilhoso. Hoje já estamos no Te Deum, depois vamos a Pirajá para a chegada do fogo. E, à noite, tem mais teatro no Campo Grande, algo imperdível”.
O presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Joaci Góes, também esteve presente à celebração. “O Te Deum é importantíssimo, porque o 2 de Julho de 1823 foi a consolidação da Independência do Brasil, que só se deu com a expulsão dos portugueses da Bahia. Se não tivesse acontecido, o Brasil hoje estaria dividido em quatro ou mais diferentes países, tal qual a América Espanhola. Estar na catedral tem um grande significado porque, na minha opinião e de muita gente, é a mais bela catedral existente em todo o continente americano. Este Te Deum é, do ponto de vista espiritual, a culminância das festividades”.
O Te Deum (A Ti, Deus!) é um hino da Liturgia das Horas, rezado aos domingos e dias solenes. Este hino foi composto por Santo Ambrósio e Santo Agostinho, no ano de 387, em Milão, por ocasião do batismo de Santo Agostinho. Logo na primeira estrofe é proclamado: “A Ti, Deus, louvamos, a Ti, Deus, cantamos. A ti, Eterno Pai, adora toda a terra”.
Programação – Também neste sábado (1º), a partir das 12h, em Simões Filho, acontece o encontro dos Fogos Simbólicos do Recôncavo Oeste e do Recôncavo Norte. Na tarde de sábado acontece, às 16h, a cerimônia cívica da chegada do Fogo Simbólico, no Largo de Pirajá; o hasteamento das bandeiras por autoridades, seguido de execução do Hino Nacional pela Banda de Música da Polícia Militar do Estado da Bahia, e do acendimento da Pira.
A seguir, ocorre a colocação de flores no túmulo do General Labatut pelas autoridades presentes. Às 17h tem a apresentação do Cortejo Afro no palco do Largo da Lapinha. Já às 18h, tem início a Ultramaratona da Independência, no Parque dos Ventos, Boca do Rio. Também às 18h, no palco montado no Farol da Barra, acontece a apresentação da Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha.
As atividades do sábado contemplam ainda uma apresentação do espetáculo A Resistência Cabocla – Homenagem ao Bicentenário da Independência, no palco montado na Praça 2 de Julho, no Campo Grande, em dois horários: das 17h às 18h30, e das 19h às 20h30.