A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) iniciou, nesta quinta-feira (16), o ciclo de oficinas para debater o diagnóstico e propostas que devem ser contempladas no Plano Cicloviário de Salvador. A iniciativa é promovida em parceria com a Empresa Salvador Turismo (Saltur), Superintendência do Trânsito de Salvador (Transalvador), Salvador Vai de Bike, Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global (BIGRS), Banco Mundial e do Governo Britânico.
Neste primeiro encontro, na sede da Semob, no Caminho das Árvores, os participantes foram divididos em três grupos, que passaram por eixos temáticos que abordaram a infraestrutura cicloviária de Salvador; equipamentos de apoio, a exemplo de paraciclos e bicicletários; compartilhamento e integração com diferentes modais de transporte; e engajamento, governança, políticas, programas e ações. Cada grupo contou com 15 minutos para discutir e debater contribuições, desafios e sugestões para cada eixo temático.
O secretário da Semob, Fabrizzio Muller, afirma que Salvador, nos últimos dez anos, avançou de forma expressiva nessa agenda de sistema cicloviário, saindo de 40km para quase 300km, aumento de mais de 700%. “Isso demonstra que o município está buscando avançar cada vez mais nessa pauta, que é importante para as cidades. A bicicleta, além de um meio saudável de transporte, traz outras vantagens. É menos poluente, é possível fazer trajetos mais curtos. Os países de primeiro mundo estão 30, 40 anos à nossa frente e agora estamos buscando correr atrás desse tempo perdido”.
Segundo o gestor, a ideia do plano é ter um olhar mais minucioso, no sentido de que a cidade possa avançar de forma sustentável, criando infraestrutura, conexões entre as ciclovias e ciclofaixas e mudando o comportamento e a cultura da população. “A gente tem, dentro do plano, metas temporais e queremos chegar em 2049, que é o nosso prazo máximo, o marco final do PlanMob, sendo uma das cidades mais cicláveis do Brasil”.
O diretor de Planejamento da Semob e coordenador do Plano Cicloviário, Pablo Souza, contou que momentos como o de hoje são importantíssimos, com a participação ativa da sociedade civil. “O principal ganho da sociedade com essas oficinas é apresentar às pessoas um pouco do que a gente pensa do plano, que já está em consulta pública no nosso site. Então, todos podem acessar, ler e trazer suas colaborações, seja virtualmente ou nos encontros. É um momento ótimo de troca de informação e contribuição, com a presença de ciclistas e empreendedores deste mercado, lideranças, pessoas que mobilizam a cidade para que a gente ganhe cada vez mais”.
De acordo com a coordenadora do Movimento Salvador Vai de Bike (MSVB), Liana Oliva, o Salvador Vai de Bike está muito realizado e contente com a construção do Plano Cicloviário para Salvador. “É algo que sentíamos muita falta, sempre se debateu internamente sobre a demanda que é real e concreta, e a oficina é o primeiro grande passo. Já passamos por longas etapas internas, mas agora com certeza será efetivo e completo. Ouvir as pessoas, estar próximo de quem pedala, de quem vive a realidade da cidade através da bicicleta é fundamental para um plano justo, com demandas verdadeiras, que tenha esse diagnóstico de Salvador hoje. Nós estamos muito felizes com as intervenções, estamos recebendo intervenções riquíssimas e ainda faltam três oficinas, então quanto mais contribuições, mais rico será nosso plano”.
O mecânico e projetista Pablo Martinez usa a bicicleta como meio de transporte e fez questão de estar presente no primeiro encontro. Ele conta que o Plano tem a importância de conscientizar e integrar os planos públicos com a população. “Vinculando os meios públicos, para que a gente tenha conhecimento do que pode ser feito e estar colaborando. Eu moro no Cabula e trabalho em vários lugares, então 95% do meu percurso hoje é feito de bicicleta, trabalho, lazer, desde 2016. É meu meio de transporte e de trabalho”.
A personal biker Carina Silveira atua há dois anos e meio na área, mas usa a bicicleta como meio de transporte há dez anos. “Comecei a andar de bicicleta como esporte, e surgiu a possibilidade de ensinar as pessoas a andarem pela cidade. Achei a proposta do plano fundamental, é dar vez e voz para as nossas dificuldades, porque às vezes o técnico está olhando, mas não está na vivência, então trazemos as nossas sugestões, presentes nas nossas dificuldades. A gente procura se deslocar de bike sempre que possível, então sugeri a colocação de paraciclos, e me perguntei, vindo para cá hoje, se tinha onde colocar. Incluí tudo nas sugestões”.
Próximos encontros – Outros encontros serão realizados no Subúrbio 360, em Coutos, na próxima segunda-feira (20); no Espaço Boca de Brasa, em Cajazeiras, no próximo dia 28; e na Unirb, em Patamares, no dia 30, sempre a partir das 8h. Os interessados em participar das oficinas deverão fazer a inscrição no site da Semob, no endereço www. mobilidade. salvador. ba. gov. br .
Consulta pública – A população em geral também pode conferir os documentos referentes ao trabalho de desenvolvimento do Plano Cicloviário, que estão disponíveis para consulta no site da Semob até o dia 14 de abril. O objetivo é permitir que todos tenham conhecimento sobre o diagnóstico da rede cicloviária da cidade, que já foi elaborado por uma equipe técnica, e conhecer e contribuir para as ações previstas para o futuro.