O clero da Arquidiocese de Salvador passará a contar com quatro novos diáconos transitórios a partir deste sábado (30). Pelas mãos do Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, o primeiro grau do Sacramento da Ordem será conferido aos seminaristas Alexandre de Oliveira, Luciano Alano Bezerra, Paulo Henrique Silva Sousa e Rafael de Aragão, em Missa que terá início às 9h, na Catedral Basílica do Santíssimo Salvador (Praça Quinze de Novembro, s/n, Terreiro de Jesus).
Após receberem o diaconato, os jovens continuarão se preparando para o segundo grau do Sacramento da Ordem, que é o Presbiterato, ou seja: serão ordenados padres, em data que posteriormente será divulgada. Atualmente, a Arquidiocese de Salvador conta com cerca 250 sacerdotes, entre diocesanos e religiosos, e 107 diáconos permanentes, que colaboram com o Cardeal no pastoreio da Sé Primacial da Igreja no Brasil.
Mas, como esses jovens perceberam o chamado de Deus?
Filho da Paróquia Santa Teresinha Doutora da Igreja, Alexandre de Oliveira sempre era convidado para os encontros vocacionais pelo então pároco, padre Gaspar Kuster. Ainda muito jovem, por não compreender do que se tratava, ele nunca participou. Anos mais tarde, o padre Anastácio Gilberto passou a ser o pároco da paróquia onde Alexandre participava e, com ele, esteve o então seminarista Josuel Jesus – hoje padre Josuel. “Eles despertaram no meu coração a ‘ideia’ de ser padre. Através deles, ouvi o chamado de Deus e, aos poucos, me engajei mais na comunidade e me tornei mais comprometido com a fé. Houveram muitas contribuições que me fizeram perceber o chamado do Senhor, tanto em casa, junto à família, quanto na comunidade”, conta Alexandre.
O chamado de Deus também falou forte, e de várias maneiras, ao coração do seminarista Luciano. “Através da vida de oração, por meio de pessoas que Ele colocou em minha vida, sobretudo o padre Jailson, que, desde 2009 até 2013, foi o maior motivador vocacional que tive. O desejo cada vez maior de servir e de me entregar a Deus me levou à descoberta da vocação sacerdotal”, afirma.
Também no meio da comunidade, a vocação sacerdotal foi despertada na vida de Paulo Henrique. “Minha vocação brotou no meio da comunidade cristã. Aos 7 anos entrei na catequese; aos 9 anos entrei no grupo de coroinhas e, com isso, fui discernindo o chamado de Deus em minha vida. Aos 17 anos, com muito fervor no coração, iniciei minha caminhada vocacional no Seminário São João Maria Vianney”, diz.
Já para Rafael, o despertar vocacional começou a ser sentido no mês de agosto, dedicado às vocações. “Como foi difícil perceber e discernir esse chamado tão grandioso. Tudo começou no mês vocacional, tudo me levava a pensar na vocação Sacerdotal. Eu achava que quando terminasse aquele mês vocacional esse brado que ecoava no meu coração iria passar. Ao contrário, foi ficando ainda mais claro que era isso mesmo que eu queria”, assevera.
Sobre o diaconato transitório
O primeiro grau do Sacramento da Ordem, que é o diaconato, será conferido a estes quatro jovens que seguem firmes no caminho para o sacerdócio. Com uma pergunta única – “O que o diaconato transitório representa para você?” -, eles expressaram o significado: “O diaconato é um grande dom de Deus. Penso que essa é uma etapa de completar em mim aquilo que não consegui cumprir naquela primeira etapa formativa. Aprender a servir com total dedicação, de modo especial na paróquia em que estou morando (Santo André, Vale das Pedrinhas). Para mais adiante, ser um padre com mais recursos de serviço e disponibilidade no meio do povo”, afirma Alexandre.
“Representa a concretização da vontade de Deus em minha vida e na vida de todos aqueles que participaram desta caminhada. Representa a vitória de Deus sobre minhas próprias limitações que, ao contrário do que imaginava no início da caminhada, não me impediram de alcançar aquilo que Deus sonhou para minha vida”, assevera Luciano.
“O diaconato transitório é, para mim, o início de pleno serviço a Cristo e à Sua Igreja. No início do ministério me entrego plenamente a Deus, para sempre amar e servir”, exprime Paulo
Henrique.
“Um tempo de Graça e crescimento. De experimentar a graça do serviço aos irmãos. Um tempo de olhar para frente e perceber que o Sacerdócio me espera”, diz Rafael.
Após este longo caminho percorrido, os jovens aguardam com alegria o dia tão sonhado. Então, qual é a expectativa para a Ordenação Diaconal?
“Aguenta coração! É um misto de ansiedade, apreensão, alegria, medo… foram oito anos de preparação para esta etapa, então passa um filme na cabeça, mas com muita vontade de viver as cenas futuras”, destaca Alexandre.
“As expectativas são as melhores possíveis, apesar de ‘a ficha ainda não ter caído’. É como
se fosse um sonho. Há oito anos parecia uma realidade tão distante e, até certo ponto, inimaginável. Hoje, por graça de Deus, vejo esta realidade se concretizando na minha vida e na vida de meus irmãos. Com certeza será um dia inesquecível e de grandes emoções”, diz Luciano.
“Minha expectativa para a ordenação diaconal, primeiramente, é fazer a vontade de Deus em minha vida, me colocando obediente ao que o meu Senhor solicitar. Com isso, buscar de coração aberto servir com muito amor ao povo de Deus”, afirma Paulo Henrique. “É uma expectativa muito grande, em cada passo que se dá rumo à Ordenação, experimentamos várias graças. Cada detalhe, cada escolha, tudo faz o nosso coração arder. E imaginar o dia tão sonhado não é tão fácil, as lágrimas rolam pelo rosto”, conta Rafael.
Mas, qual a palavra que melhor define este momento para cada um? “Gratidão e alegria. Gratidão por tudo que vivi, mesmo as experiências negativas, pois me tornaram mais forte, convicto e atento. Gratidão especialmente ao seminário, onde vivi sempre com muita intensidade. Alegria porque, para o meu itinerário vocacional, entendo que a ordenação não é um troféu, mas mais uma etapa de minha vida e do caminho de conversão que tenho buscado”, afirma Alexandre.
“A palavra que define este momento, sem dúvida alguma, é gratidão. Gratidão a Deus e a todos que fizeram e fazem parte desta caminhada”, diz Luciano.
“A palavra que me define sem dúvidas é ser servo! Servindo ao reino de Deus com amor”,
destaca Paulo Henrique. “Se tem uma palavra que eu posso resumir esse momento é alegria; uma alegria que não é momentânea e, sim, duradoura. A verdadeira alegria que vem do Cristo Ressuscitado”, afirma Rafael.
O que estes jovens gostariam de pedir ao povo de Deus que, junto com eles, aguarda a Ordenação?
“Peço orações. Que orem por nossa fidelidade, seriedade, responsabilidade, piedade, honestidade e compromisso. O povo aprende de nós, mas, muito mais, nós aprendemos do povo.
O povo é um dos mais importantes agentes formativos, por isso, rezem, mas também nos ensinem”, pede Alexandre.
“Gostaria de pedir que orem por nós, por este momento especial que viveremos e, sobretudo, para que sejamos fiéis aos propósitos de Deus em nossas vidas”, diz Luciano. “Gostaria de pedir ao povo de Deus que possa rezar por mim, para que a cada dia eu possa servir a Deus com muita alegria, sendo obediente e humilde de coração, buscando a santidade e a perseverança no ministério”, pede Paulo Henrique.
“Que rezem por nós, para que Deus nos dê a graça de sermos fiéis a esse chamado tão grandioso”, destaca Rafael.
SERVIÇO:
QUEM: Arquidiocese de Salvador
O QUÊ: Ordenação Diaconal de quatro seminaristas
QUANDO: 30 de abril de 2022, às 9h
ONDE: Catedral Basílica do Santíssimo Salvador (Praça Quinze de Novembro, s/n, Terreiro de
Jesus