A quinta horta de folhas sagradas de Salvador foi inaugurada, na manhã desta sexta-feira (1º), no terreiro Ilê Axé Ewá Omin Nirê, em Cassange. O espaço conta com espécies de manjericão, alecrim, arruda, pimenta e hortelã e faz parte do projeto piloto, que contemplará sete terreiros soteropolitanos, fruto da parceria entre as secretarias municipais de Sustentabilidade e Resiliência (Secis) e da Reparação (Semur).
Para a secretária da Secis, Edna França, é importante valorizar os terreiros da cidade com a horta, da mesma forma como é feito com escolas, comunidades e instituições beneficentes. “Graças ao projeto, descobrimos um bosque com uma variedade de plantas medicinais, utilizadas em rituais dos terreiros. Uma parceria para doação dessas mudas poderá ampliar o projeto e introduzir mais espécies em outros espaços da cidade”, adiantou.
O subsecretário da Semur, Antônio Carolino, destacou a herança ancestral e a cultura das religiões de matriz africana, presentes no cultivo das folhas e a importância da manutenção desse patrimônio. “Essa iniciativa preserva nossas matas. No trabalho em conjunto com as casas, fomos abraçados pelas ialorixás, babalorixás, filhas e filhos de santo. A Semur está atenta a todas as causas que envolvem as religiões, mantendo as tradições dos ancestrais e este importante legado para Salvador”, afirmou.
A relevância das hortas sagradas e a necessidade de preservar o acesso às plantas, que são importantes para os cultos, foram ressaltadas pelo presidente do Conselho Municipal das Comunidades Negras (CMCN), Evilásio Bouças. “Espero que o projeto se transforme em algo mais amplo e que outros espaços religiosos possam ganhar esse plantio de ervas”, defendeu.
A ialorixá do terreiro, Mãe Diana de Oxum, afirmou ser uma grande honra receber a horta na casa. “Já trabalhamos com plantas, temos uma equipe com agrônomo e trabalhadores, além de espécies medicinais. Hoje só tenho a agradecer por esse belo projeto e torcer para que seja ampliado”.