Salvador

A BAHIA JÁ ME DEU RÉGUA E COMPASSO: DOIS ANOS SEM O ODORICO TAVARES

Um dos maiores absurdos da educação do ensino médio na Bahia
Tasso Franco , Salvador | 14/02/2022 às 17:56
O corredor do silêncio no ex-Odorico Tavares
Foto:
    A imagem é de tristeza e recordações para quem frequentou o Colégio Estadual Odorico Tavares, no Corredor da Vitória, Salvador, fechado pelo governo do Estado, em 2020. Foi um dos maiores absurdos que já houve na educação do ensino médio na Bahia fechar um colégio com capacidade para 3.6 mil alunos e que era uma referência no estado e no país, 7º melhor na lista do MEC e funcionava há 25 anos.

  As causas do fechamento do colégio são conhecidas e ficarão para a história. Até agora, passados dois anos, o local está abandonado - como pode ser visto na foto de 10/2/2022 - e se deteriorando ainda mais. Hoje, praticamente, o que vale é o terreno na área mais valorizada do mercado imobiliário da capital 5.000 metros quadrados no Corredor da Vitória.

História

Construído em 1994 pelo então governador Antônio Carlos Magalhães para ser um colégio modelo, o Odorico Tavares possui três pavimentos onde estão distribuídas salas de aula e laboratórios, além de anfiteatro e quadra de esportes. Assim que a descontinuidade foi confirmada pelo governador Rui Costa, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) manifestou repúdio.

O presidente da entidade, Rui Oliveira, lembra que há 10 anos era feito sorteio eletrônico para decidir quem estudaria no Odorico, assim como acontecia em outras escolas-modelo cobiçadas como o Thales de Azevedo, no Costa Azul, Raphael Serravalle, na Pituba, Teixeira de Freitas, em Nazaré, e Manoel Novaes, no Canela, entre outros.

Em 2017, a cobertura da quadra do Odorico caiu e isso foi mais uma forma de esvaziar a escola.  trajetória de Tavares também é marcada por um livro que reúne matérias publicadas por ele na Revista Cruzeiro e que foi ilustrado por Carybé; por sua parceria com Jorge Amado, ao montar a primeira exposição de arte moderna brasileira aqui; e pela reportagem sobre o cinquentenário da Guerra de Canudos, com fotos de Pierre Verger.