Em testes desde 14 de setembro passado, os ônibus elétricos têm sido aprovados pelos usuários que já tiveram a oportunidade de utilizar o veículo. Um QR Code disponibilizado nos veículos permitiu que os usuários acessassem um questionário, onde puderam deixar as impressões sobre os ônibus, como a facilidade de acesso, ruídos, conforto, aparência, entre outros tópicos.
Entre os principais elogios estão o silêncio do motor e o conforto dos ônibus. “Não é barulhento. Sentimos menos impacto nas freadas e paradas nos pontos, parece que tem um bom sistema de amortecimento. Viagem confortável e menos estressante”, diz um dos comentários. Já outro destaca que o veículo apresenta “maior capacidade, motor silencioso, aparentemente mais seguro. Sem contar que é muito mais ecológico, espero que seja implementado com rapidez”, avaliou outro.
Os usuários também avaliaram itens como conforto, aparência, limpeza e facilidade no embarque. Em todos, foi apontada uma percepção melhor em relação aos modelos a diesel. Dois modelos foram utilizados nos testes, um com piso alto e outro com piso baixo. “A diferença é que o de piso baixo fica no mesmo nível da calçada, enquanto o de piso alto tem alguns degraus para acessar o veículo”, explica o secretário de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller. Desde o início dos testes até o último dia 8, 15.846 usuários foram transportados em ambos os veículos.
Apenas um ponto foi levantado pelos usuários como negativo. “Muito lento, passei muito tempo dentro desse ônibus”, contou um deles. “Os usuários podem ter essa impressão, pois o motor não faz barulho quando o motor acelera. Porém, nossos relatórios apontam que, comparados aos ônibus convencionais, que realizaram o mesmo trajeto no mesmo dia e em horários semelhantes, não houve diferenças significativas na velocidade média, com uma variação entre 2 a 3 km/h para mais ou para menos, em ambos os veículos”, afirmou Muller.
Os dois ônibus elétricos passaram por diversos testes até a última sexta-feira (8), operando em linhas diferentes a cada semana. No encerramento, os veículos estavam nas linhas 1001 (Aeroporto - Praça da Sé) e 1035 (Aeroporto - Praça da Sé via Garibaldi). “As linhas foram escolhidas de acordo com a especificidade do que se quer averiguar, como trajeto com elevados, trânsito, distância, ou maior carregamento de usuários, por exemplo”, explica Muller.
O desejo da Prefeitura é que estes ônibus possam ser utilizados na operação do BRT, com previsão de início a partir do primeiro trimestre de 2022. “A Prefeitura tem buscado viabilizar a utilização destes veículos na operação do BRT como uma solução, para diminuir as emissões de gases poluentes. Se os resultados se mostrarem tão positivos quanto as avaliações dos usuários, certamente poderemos ter estes ônibus na operação do BRT, já a partir do ano que vem”, acrescenta Muller.
Benefícios – Além de serem mais silenciosos, o que torna a experiência mais saudável para os usuários, a iniciativa tem como objetivo reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera, uma vez que o setor de transporte é responsável por 65% de todas as emissões em Salvador. De acordo com estudos da BYD, empresa especializada em energia limpa, cada ônibus elétrico, rodando em média 6 mil km por mês, deixa de emitir 125 toneladas de gás carbônico (CO2) por ano, o que corresponde ao plantio de 897 árvores no período.
Além disso, os ônibus elétricos permitem uma maior economia com abastecimento, uma vez que um dos principais fatores, que oneram o sistema, ainda é o valor do ICMS sobre o óleo diesel. Há ainda outros itens como menor custo de manutenção e maior durabilidade do veículo. Os veículos testados em Salvador levam entre quatro e cinco horas para atingir a carga completa, o que dá a eles uma autonomia de até 250 km.