Sala Oficial de Imprensa do Carnaval é inaugurada no Campo Grande e leva nome de Zé Raimundo
Tasso Franco , da redação em Salvador |
20/02/2020 às 17:00
José Raimundo, ACM Neto e Pacheco Maia
Foto: SECOM
A Sala de Imprensa Oficial do Carnaval, montada na Praça Dois de Julho, no Campo Grande, foi inaugurada nesta quinta-feira (20), dia em que a folia começa para valer na cidade. A estrutura recebeu este ano o nome do jornalista José Raimundo, que esteve presente no evento ao lado do prefeito ACM Neto, do vice-prefeito Bruno Reis, secretários e jornalistas que estarão na cobertura da festa.
O espaço fica localizado próximo ao Camarote Oficial da Prefeitura e oferecerá apoio para os 2,5 mil profissionais de imprensa que foram credenciados pela Secretaria de Comunicação (Secom) e que atuarão nos dias de folia. Somente da Secom, a equipe é formada por 50 pessoas, entre jornalistas, fotógrafos, redes sociais, cinegrafistas e área administrativa.
“Discutimos com a equipe de comunicação para decidir quem seria o homenageado ou a homenageada da sala de imprensa. Este ano, chegamos à conclusão do nome de Zé Raimundo. Sou suspeito para falar dele, que me viu desde criança, quando meu pai me levava para o Carnaval. Em casa, sempre assistia Zé pela TV fazendo coberturas ao vivo ou matérias que projetavam e enalteciam a cidade”, destacou o prefeito.
“Zé Raimundo, sempre que pôde, procurou colocar Salvador num patamar mais alto, trazendo toda sua competência, seriedade, honestidade e ética. Por isso ele é o homenageado da vez, graças a sua trajetória e ao conjunto do seu trabalho, colaborando ao longo de mais de 40 anos para projetar nossa cultura e nosso Carnaval”, acrescentou ACM Neto.
Ao lado da esposa, José Raimundo declarou estar lisonjeado em dar nome à sala de imprensa: “Uma honra ter sido escolhido. É um momento único na minha carreira. Nunca pensei que em todo esse tempo de profissão iria ter um reconhecimento como esse. E fico ainda mais feliz por ser nesta gestão. O Carnaval de Salvador sempre foi uma festa grandiosa, mas foi muito mais ampliada, tornando-se mais democrática, organizada e popular”, disse.
Funcionamento - A Sala Oficial de Imprensa José Raimundo é climatizada e conta com mesas, computadores e acesso à internet, nos mesmos moldes de uma redação. O horário de funcionamento será de 8h às 22h, desta sexta-feira (21) até terça-feira (25). O telefone é o (71) 3202-6265 e o e-mail é o secom@ salvador. ba. gov. br. Além disso, também há um espaço reservado para coletivas de imprensa.
Durante a inauguração do espaço, o titular da Secom, Pacheco Maia, ressaltou a importância da imprensa e as virtudes de Zé Raimundo. “O trabalho de vocês, jornalistas, radialistas, câmeras e comunicadores, é fundamental para promover e divulgar a maior festa popular do planeta. Este ano, nossa sala de imprensa é em homenagem a esse grande profissional que realizou belíssimas matérias, que só engrandeceram nosso Carnaval. A simplicidade, além da competência e da ética, são características do trabalho do nosso querido Zé”.
Campanha - Ainda na ocasião, a Prefeitura, através da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), lançou a campanha “Pare! Não à Importunação Sexual”. Trata-se de uma ação educativa nos circuitos do Carnaval, estações de transbordo, hotéis, camarotes e trios, com a distribuição de materiais informativos sobre o tema.
Homenageado - Foi contando histórias sobre comunidades no interior do Brasil que a imagem do repórter José Raimundo Carneiro de Oliveira, ou simplesmente José Raimundo, de 65 anos, ficou conhecida pelo público em todo o país. Mas, para quem trabalha com o filho ilustre de Riachão do Jacuípe, no sertão baiano, que hoje também apresenta o programa Bahia Rural, na TV Bahia, ele é muito mais que um profissional premiado – é, também, uma pessoa conhecida pela humildade, generosidade e pelos bons papos.
E foi uma trajetória de quase 42 anos de jornalismo que fez com que Zé, para os mais próximos, fosse o homenageado de 2020 da Sala de Imprensa Oficial do Carnaval, estrutura montada pela Prefeitura para apoio aos profissionais de comunicação que cobrem a maior festa popular de rua do mundo.
José Raimundo contou que a escolha pela carreira jornalística foi uma vocação natural, já que não teve qualquer membro da família atuando na área – o pai, por exemplo, era marceneiro - nem qualquer influência de uma outra pessoa na profissão. “Sempre gostei de escrever, falar no microfone, em Riachão do Jacuípe já fazia serviço de alto-falante. Talvez tenha nascido com essa vocação mesmo”.
Na segunda metade da década de 1970, já em Salvador, trabalhava como caixa no Banco do Estado da Bahia (Baneb) quando fez um teste na Rádio Sociedade, na época pertencente ao grupo Diários Associados. Como não havia vaga de locutor, ficou aguardando uma oportunidade.
“Um belo dia, o diretor da TV Itapoan entrou na redação e pediu socorro à rádio, pois o único repórter que a emissora adoeceu. Então, meu chefe falou ‘olha, tem esse menino aí, se quiser fazer um teste com ele'. E a minha primeira reportagem, em julho de 1978, foi sobre a sequência de fechamento de açougues pela Sunab (Superintendência Nacional de Abastecimento) no Dois de Julho. E daí comecei na televisão”, relatou. A partir de então, passou pela TV Aratu (então afiliada da TV Globo na década de 1980), atuou em São Paulo e Recife e voltou à Bahia em 1989.
No início da carreira, mesmo com o trabalho no Carnaval, José Raimundo contou que dava um jeito de curtir a festa. Costumava sair com o Paroano Sai Milhó, de quem é fã e amigo dos integrantes, espremido entre os grandes blocos. Como o grupo é formado por músicos, tocava algum instrumento? “Sim, radiola!”, respondeu, rindo bastante.