Bastaram pouco mais de três horas de caminhada pela praia do Porto da Barra para que os voluntários do projeto “Praia Limpa é nossa onda” recolhessem da areia, na manhã do último sábado (21), centenas de espetinhos de madeira e palitos de picolé, além de muito material plástico como tampas de garrafa pet, rótulos de embalagens, garfos, canudos e garrafinhas de água mineral. Do mar, os mergulhadores traziam latinhas de cerveja, garrafas de vidro, copos descartáveis e até fragmentos de tecido. No final da ação, que durou toda a manhã, foram contabilizados aproximadamente 1.500 bitucas de cigarro, considerado extremamente nocivo aos animais marinhos.

Todo esse material coletado é resultado da quinta edição do projeto, que reuniu colaboradores do Tecon Salvador e da Wilson Sons Rebocadores, e também voluntários que aderiram a ação, no dia em que acontecia em diferentes partes do mundo o World Cleanup Day (Dia Mundial da Limpeza). O biólogo Robson Oliveira, também instrutor de mergulho, parceiro da ação, alerta que além dos peixes e outras vidas marinhas sofrerem com a quantidade de resíduos deixados na praia, as pessoas que consomem peixe também estão ingerindo esse lixo indiretamente. “Os peixes ingerem o plástico e depois nós vamos lá compramos esse peixe para comer”, alerta. 

Após a coleta dos materiais, é feita uma triagem ali mesmo, no calçadão da praia, com o auxílio dos voluntários. “É um dos momentos mais gratificantes. Percebemos que sensibilizamos a sociedade, geramos união, consciência e colaboração. As pessoas param no local, observam e comentam assustadas sobre a quantidade de resíduos recolhidos em tão pouco tempo”, reflete Patrícia Iglesias, diretora comercial do Tecon Salvador, idealizadora do Praia Limpa. Em cinco edições, a ação já retirou da areia e do mar da praia do Porto ao Farol da Barra e da Praia de Santana no Rio Vermelho mais de uma tonelada de resíduos.

Do Porto para a Cidade - Administrado pelo Grupo Wilson Sons, o Tecon Salvador é o primeiro Porto brasileiro a ganhar o Prêmio Marítimo das Américas, na categoria Operações Verdes em Portos e Terminais, um reconhecimento internacional pelas práticas operacionais ambientalmente sustentáveis. A premiação ocorreu em Julho deste ano, em Honduras. É a primeira empresa brasileira a ganhar o prêmio, que é promovido pela Organização dos Estados Americanos (OEA), através da Comissão Interamericana dos Portos. Edições anteriores premiaram organizações de lugares como Canadá, Chile, Panamá e Jamaica.