A obra segue seu curso normal e a previsão do contrato é em setembro
Tasso Franco , da redação em Salvador |
26/05/2019 às 10:42
Monumento comemorativo da Independência da Bahia
Foto: BJÁ
Está em bom andamento o restauro do Monumento ao Dois de Julho, na Praça do Campo Grande, popularmente conhecida como "Estátua do Caboclo". A intervenção é coordenada pela Prefeitura, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), e executada pelo Studio Argolo Antiguidades e Restaurações. A última ação do tipo feita no monumento, pela mesma empresa, ocorreu há 16 anos.
A expectativa é que a ação seja finalizada para as comemorações do Dois de Julho, de forma que a população possa celebrar o evento. “A empresa (Studio Argolo) está empenhada para entregar a obra nesta data, embora o contrato preveja prazo até final de setembro. Por se tratar de restauro, pode haver surpresas. Há muitas peças para fazer réplicas e reconstituições em bronze, que devem ser feitas em São Paulo”, pondera Milena Tavares, diretora de Patrimônio e Humanidades da FGM.
HISTÓRIA
O Monumento ao Dois de Julho no Largo do Campo Grande, foi inaugurado em 1895, nas comemorações dessa data, 23 anos após os primeiros estudos para a sua execução.
De estética neoclássica, é um dos mais belos monumentos já construídos na América. Todo o conjunto foi esculpido, na Itália, em bronze, ferro fundido e mármore de Carrara.
O Recôncavo Baiano foi o grande palco da Guerra de Independência do Brasil. Uma análise histórica mostra que, vencendo na Bahia, os portugueses seguiriam para dominar o resto do País. Assim, o Dois de Julho, quando o exército brasileiro entrou vitorioso em Salvador, foi uma data decisiva para a conquista da Independência.
A história desse magnífico monumento começou em 1872, quando o Presidente da Bahia nomeou, por ato de 31 de outubro daquele ano, uma comissão, presidida pelo Barão de Cotegipe, para dirigir os trabalhos para sua execução. A presidência dessa comissão foi assumida depois por Manoel Victorino, que foi senador e vice-presidente da República. Teve a participação do Governo da Província, da Assembleia Legislativa e da
Câmara Municipal.
Foi esculpido na Itália, pelo artista italiano Carlo Nicoliy Manfredi, vice-cônsul do Brasil, em Carrara. Outros artistas italianos também colaboraram. A montagem coube ao engenheiro Antonio Augusto Machado.
Tem 25,86 metros de altura e, na época, era o monumento mais alto da América do Sul. Sua coluna é de bronze, em estilo coríntio, sobre um pedestal de mármore de Carrara.
No topo, a escultura de um caboclo, com 4,1 metros, armado de lança e arco e flecha, representa a identidade do povo brasileiro que lutou pela Independência. Ele mata um dragão, seguro ao seus pés, que representa a tirania portuguesa. Esse tema foi o mesmo usado no antigo monumento ao Dois de Julho, instalado na Praça da Piedade, em 1856, atualmente, nos Aflitos.
Na parte alta do pedestal figuram, de um lado, a escultura de uma mulher representando a Bahia e, do outro, a escultura de Catharina Paraguaçu, com o lema Independência ou Morte, em seu escudo.