A rede municipal de ensino de Salvador passa a ter, neste primeiro semestre de 2019, 100% do material didático produzido com conteúdo próprio – iniciativa inédita no Brasil. O lançamento dos materiais complementares foi feito durante o "Seminário municipal Nossa Rede: A consolidação de uma política educacional", realizado durante toda esta segunda-feira (15), no Hotel Fiesta, no Itaigara.
O evento teve as presenças do prefeito ACM Neto; do vice-prefeito e secretário municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Bruno Reis; do secretário municipal da Educação (Smed), Bruno Barral; e da presidente do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), Elisabete Monteiro, além de gestores das unidades municipais de ensino.
O seminário representou o encerramento do ciclo de produção dos materiais próprios da rede municipal, iniciado em 2015, que passa a ter todas as etapas contempladas: Educação Infantil (pré-escola) e Ensino Fundamental - Anos Iniciais (1º ao 5º ano) e Anos Finais (6º ao 9º ano).
Sendo assim, começam a ser entregues na próxima semana o caderno de Ciências Humanas e da Natureza para os alunos de 1º ao 5º ano, e os cadernos pedagógicos direcionados a professores e alunos do Ensino Fundamental Anos Finais, bem como os referenciais curriculares relacionados a essa etapa.
Para o prefeito, a construção de um material pedagógico próprio é um exemplo da prioridade que tem a educação na capital baiana, sobretudo na qualidade de ensino. “Não adianta ter escolas bonitas, com professores se não houver um material didático adequado, atualizado, customizado para a realidade de Salvador. O que se consegue com esse referencial curricular é isso: dar o que há de mais moderno, completo e adequado à situação da nossa capital para os alunos”, pontuou ACM Neto.
O processo, inclusive, estava previsto para ser concluído em 2020, de acordo com o secretário Bruno Barral. Ele aproveitou para agradecer a todos pela parceria e empenho com a iniciativa. “Solicitamos a antecipação desse material, pois as crianças não podiam esperar. Temos muito a fazer por essa rede, pelos alunos e pela nossa cidade”, completou.
Processo – A construção do material para os anos finais foi feita de julho a dezembro de 2018. A iniciativa envolveu 930 profissionais da educação pública municipal, entre professores, gestores e coordenadores. Um diferencial importante foi a participação de 240 alunos na produção dos cadernos, que dialogam com os alunos desta faixa etária, tornando o material mais atrativo e interessante
“Pensamos em uma proposta pra os anos finais que fosse inovadora, que abrisse a possibilidade dos professores de dialogar entre si dentro da escola, onde as áreas de conhecimento não fossem abordadas de forma isolada e também pensar sobre a realidade e as demandas do mundo. É uma proposta cidadã e que o Brasil vai aplaudir, pois nos Anos Finais não há experiência com a dimensão que esta rede teve coragem de assumir”, afirmou Elisabete Monteiro.
Os cadernos têm profunda ligação com as características culturais e sociais de Salvador, tornando os conteúdos muito próximos da realidade dos alunos. São materiais cuidadosamente construídos a partir de conceitos como representatividade, baianidade, questões étnicorraciais, inclusão, empoderamento, proximidade e diálogo, dentre outros. Contém atividades inclusivas, oportunizando que as crianças com necessidades especiais sejam contempladas. Para os jovens, as atividades são gamificadas, ou seja, utilizam a tecnologia, linguagem e design dos jogos.
Outra inovação é a apresentação das sequências didáticas de forma interdisciplinar. Trata-se de uma nova metodologia de ensino que trabalha os conteúdos de forma transversal, o que proporciona um aprendizado mais amplo e conectado. O projeto Música na Escola, lançado na última sexta-feira (12), faz parte desse currículo próprio da rede municipal.