Com Setur informações de Eduardo Bastos e Ana Paula Cabral
Da Redacion , Salvador |
11/01/2018 às 13:11
Baiana estilizada
Foto: Paula Fróes
Um dos espetáculos de fé mais tradicionaisl da Bahia, o cortejo da Lavagem do Bonfim levou uma multidão à colina nesta quinta-feira (11) para reverenciar o Nosso Senhor do Bonfim. A festa, um dos pontos altos do calendário de eventos do estado, reuniu baianos e muitos turistas. Boa parte destes participava pela primeira vez do evento marcado pelo sincretismo das religiões católica e de matriz africana.
O cortejo foi iniciado às 8h por católicos, baianas tipicamente trajadas, políticos, artistas, baianos, turistas e devotos do santo se integraram à caminhada em direção à Colina Sagrada. Os turistas acabam se contagiando pelo entusiasmo da multidão.
A carioca Patrícia Gith veio para a Bahia junto com amigos de infância para agradecer a cura de um câncer. “Esta é a segunda vez que venho a Salvador, mas é a primeira participação da festa; vim agradecer”, explicou. Segundo Patrícia, a integração entre católicos e adeptos do candomblé é o grande atrativo: “É essa mistura que traz a gente pra cá”.
O mineiro Felipe Machado conheceu a festa ano passado, quando estava na capital baiana e ficou impressionado com as imagens completas na televisão. “É um momento de fé, de agradecer e renovar as energias; de viver a minha fé e a fé das outras pessoas”, disse. O baiano Rafael Casa, responsável por apresentar a festa a Felipe, resumiu o sentimento: “Diversidade é a cara desse encontro. É um evento de respeito à crença do outro e de paz”, resumiu.
O auge da festa ocorreu com a chegada das baianas mães e filhas de santo do Candomblé à Basílica do Bonfim, que receberam a bênção do padre Edson Menezes, para então iniciarem a lavagem do adro e das escadarias da igreja com água de cheiro e vassouras, ao som de atabaques e cânticos sagrados.
Tradição - Na Lavagem, o sagrado e o profano se misturam, mas o espírito religioso é a tônica. A tradição do Bonfim em Salvador começou no século XVIII, quando escravos lavavam a igreja em preparação para a festa. Posteriormente, o candomblé assumiu o ritual, reverenciando Oxalá, que no sincretismo religioso corresponde a Nosso Senhor do Bonfim.
A Lavagem é realizada tradicionalmente na quinta-feira, mas a festa do Bonfim propriamente dita acontece no domingo (14), com missa solene presidida pelo arcebispo primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, às 10h. Outras celebrações acontecem às 5h, 6h, 7h30 e 15h. Já a novena, que começou no dia 4, prossegue até sábado (13), sempre às 19 horas.