Salvador

Estudantes participam ação sobre Novembro Negro com Margareth Menezes

Cantora Margareth Menezes também participou da ação
Ascom Educacao ,  Salvador | 28/11/2017 às 14:57
Margareth Menezes com a galera
Foto: BJÁ

A cantora Margareth Menezes foi a convidada especial para um bate-papo, nesta terça-feira (28), com os estudantes do Colégio Estadual Ocridalina Madureira, localizado no bairro de Massaranduba, em Salvador. A atividade marcou a culminância do projeto alusivo ao Novembro Negro, mês em que se celebra o Dia da Consciência Negra (20). As ações em alusão ao Dia da Consciência Negra também se encerraram no Luiz Tarquínio, no bairro da Boa Viagem, e no Almirante Barroso, em Paripe, ambos na capital baiana.

 

Com o tema “Racismo e superação”, a cantora Margareth Menezes dialogou com os estudantes do Ocridalina Madureira sobre a sua trajetória de mulher, negra e pobre até chegar a se tornar uma artista respeitada e valorizada. “Todo mundo tem sangue vermelho e o que diferencia um do outro é a cor da pele, mas isto não pode ser motivo de discriminação, porque somos todos de uma única raça: a humana”, disse a cantora para uma plateia lotada e atenta.

 

A artista falou, também, sobre a importância da formação escolar para que os estudantes sejam respeitados como cidadãos e construam um futuro vitorioso. “Só seremos valorizados nesta sociedade em que ainda existe racismo e outros preconceitos a partir do momento que valorizarmos os estudos como algo fundamental para acabar com esse estado de violência que vivemos hoje, principalmente nos bairros periféricos da cidade”. A diretora Rosângela Ferreira completou: “Margareth é um grande exemplo e uma inspiração para a nossa comunidade escolar, que é formada basicamente por negros e que enfrentam no seu dia a dia muito preconceito”.

 

Identidade - Para as comunidades escolares a realização de ações em alusão ao 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) é importante para trazer a diversidade cultural e a identidade negra dos estudantes no ambiente escolar. É na escola, afirmam os educadores, que os estudantes começam a ganhar consciência da sua identidade e de seus pares, que sofrem o racismo em consequência de anos de escravidão no Brasil. “Por acreditar nisso é que trabalhamos o ano inteiro com a questão da valorização do negro no sentido de combater o racismo ainda existente na sociedade. Daí que realizamos um projeto pedagógico reflexivo, crítico, despertando nos alunos a consciência”, afirma a diretora Celsinha Borba, do Colégio Estadual Almirante Barroso (CEAB), no bairro de Paripe, em Salvador.

Por meio do projeto “Cultura, Diversidade e Pesquisa”, os estudantes do Almirante Barbosa realizaram uma série de atividades, como confecção de máscaras africanas, montagem teatral, torneio de futsal e gincana cultural e solidária, além da apresentação da Banda Sinfônica do CEAB e do coral da escola. Ainda na programação, destaque para as oficinas (tranças, turbantes e contos), desfiles sobre a estética afro, palestras, curtas-metragens, capoeira e maculelê, bem como roda de leitura. A estudante Laila Sobrinho dos Santos, 15, 9º ano, fala sobre o projeto da escola. “Foi um dos melhores realizados no nosso colégio porque foi muito motivante, nos deu muito orgulho e percebemos que vem contribuindo para aumentar a autoestima dos nossos colegas”.

No Colégio Estadual Luiz Tarquínio, na Boa Viagem, também na capital baiana, os projetos de arte e cultura relativos ao Novembro Negro tiveram suas culminâncias no último dia 24. “Vivemos momentos de muita parceria e diálogo em torno de uma questão importante que a consciência negra. Dentro desse projeto, os estudantes descobriram suas habilidades artísticas, melhoraram sua autoestima e ganharam mais sentimento de pertencimento”, destacou a diretora Márcia Lerez.

Novembro Negro - O projeto pedagógico “Novembro Negro” é desenvolvido ao longo do ano letivo nos colégios da rede estadual, baseado na Lei nº 10.639/2003, que estabelece a obrigatoriedade de estudos sobre a história e a cultura da África no currículo escolar dos Ensinos Fundamental e Médio, propondo uma educação voltada para as relações etnicorraciais.