Investimentos de R$2.5 milhões da Santa Casa
Da Redação , Salvador |
03/05/2017 às 10:35
Módulos garantindo mínimo impacto ambiental
Foto: Comunicativa
a Santa Casa da Bahia vai inaugurar no dia 9 de maio, às 10h, um novo modelo de sepultamento no Cemitério Campo Santo. Um dos cemitérios mais tradicionais de Salvador ganha novos módulos verticais que contam com um aparato tecnológico inovador de tratamento de gases, garantindo mínimo impacto ambiental e muito mais segurança ao seu público. Composta inicialmente por 796 gavetas, a estrutura irá mais que duplicar a capacidade de sepultamento do cemitério, o que tem impacto direto na quantidade de vagas para enterros na capital baiana.
Esta inauguração marca mais uma etapa do conjunto de investimentos e esforços que vêm sendo aplicados para garantir, a longo prazo, a sustentabilidade e saúde financeira da Santa Casa da Bahia. O rendimento do Cemitério Campo Santo é aplicado na manutenção dos projetos sociais da instituição, que hoje atendem continuamente 2.000 crianças, jovens e adultos.
Os módulos verticais de sepultamento são soluções mais sustentáveis. O modelo implementado no Campo Santo, no entanto, se destaca dos demais por empregar uma moderna tecnologia no tratamento dos gases gerados no processo de decomposição. Roberto Taboada, gerente do Cemitério Campo Santo, explica que o sistema Eco No-Leak, empregado nos novos módulos verticais, é totalmente informatizado, autômato e controlado em tempo real, além de estar em plena conformidade com a resolução 335/2003 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), órgão consultivo ligado ao Ministério do Meio Ambiente.
“Nos cemitérios horizontais a filtragem dos gases se faz naturalmente pela camada de solo existente sobre as sepulturas. Na maior parte dos cemitérios brasileiros que realizam sepultamentos verticais o que encontramos é simplesmente um projeto que utiliza a passagem dos gases por uma coluna de carvão ativado para diminuir os odores, mas que continua gerando uma grande quantidade de resíduos sólidos", ressalta.
No Eco No-Leak há duas etapas de tratamento anteriores ao carvão ativado, a lavagem de gases e a utilização de óxido de ferro, o que reduz em mais de 95% a concentração do gás sulfídrico, que é bastante tóxico e provoca chuva ácida. O resultado é a geração mínima de resíduos sólidos e de contaminação do ar e do solo.
O modelo que o Campo Santo está aplicando nos módulos verticais ainda aproveita materiais sustentáveis na fabricação dos tampos e das gavetas para sepultamento, o eco granito, uma resina a base de garrafas pet recicladas, bagaço de cana-de-açúcar e fibra de casca de coco. “Para cada gaveta de fibra de vidro que estamos utilizando, são retiradas do meio ambiente 167 garrafas pet”, salienta o gestor.
Taboada também destaca que a verticalização dos cemitérios é uma tendência irrevogável. “A falta de grandes áreas nos centros urbanos exige a verticalização das necrópoles. Além disso, o manejo ambiental de cemitérios nesse formato é bastante facilitado”, salienta.
Investimento
O valor total do investimento aplicado para a execução do projeto, que também inclui a montagem de 1.100 novos e modernos ossuários, parcialmente prontos à venda, gira em torno de R$ 2,5 milhões. Houve a contratação direta de 19 funcionários e a indireta de outras 35 pessoas.
"A expectativa é recuperar o valor do investimento em cerca de seis meses, com a venda dos novos ossuários e a cessão de uso das gavetas dos novos módulos verticais de sepultamento. Falamos em cessão de uso porque o contrato de sepultamento abrange três anos. Por lei, depois de três anos, os restos mortais precisam ser exumados e direcionados para um ossuário", explica Taboada.