Veja nosso comentário sobre a situação do governo
Agecom e redação , da redação em Salvador |
30/03/2016 às 17:01
Rui reúne secretariado para apertar ainda mais o cinto
Foto: Manu Dias
A crise econômica não será superada enquanto não for superada a crise política. A declaração do governador Rui Costa foi dada durante reunião, nesta quarta-feira (30), com secretários e dirigentes de empresas públicas. O principal objetivo do encontro, realizado na Governadoria por cerca de três horas, foi cobrar dos gestores os resultados do decreto de contingenciamento (nº 16.417/2015), publicado em novembro do ano passado para garantir a contenção de gastos públicos e a regularidade no pagamento dos servidores.
De forma transparente, Rui comparou os números do Estado nos meses de janeiro de 2014, 2015 e 2016, e destacou que a situação se agravou este ano em virtude da queda na arrecadação. Temos que trabalhar muito e não podemos perder a capacidade fiscal, afirmou o governador. Apesar da crise econômica que atravessa o Brasil e atinge a Bahia, Rui garantiu que os serviços essenciais oferecidos pelo Governo serão mantidos, mas para isso vai cobrar a participação de todos na luta pela redução das despesas na máquina pública. É uma questão de responsabilidade e sobrevivência, pontuou.
Rui também disse que é imperativo continuar revendo contratos e métodos para garantir que a Bahia continue no caminho certo. Ele lembrou que 19 estados já atrasaram salários dos servidores públicos, enquanto a Bahia continua honrando seus compromissos, mesmo com a redução dos repasses federais e do fundo de participação. Precisamos estar unidos. Apenas assim, e com muitos esforços, vamos superar as dificuldades, afirmou ao pedir a compreensão e empenho de todos para o momento.
Limite prudencial
Mais uma vez, o governador revelou sua preocupação com as despesas com pessoal, tendo em vista que esta já atingiu 47,55% do orçamento, superando o limite prudencial de 46,17%. Questionado sobre a possibilidade de reajuste este ano, Rui disse que, principalmente por conta da ligação histórica com o sindicalismo, é doloroso não ter condições de negociar salário com os trabalhadores.
Em relação aos terceirizados, o governador determinou um amplo estudo: essa situação dos terceirizados precisa ser resolvida com urgência. Os contratos precisam ser revistos de uma forma moderna e inteligente, porque é constrangedor e inadmissível permitir atraso no salário dos trabalhadores. É inaceitável. O modelo que atualmente adotamos gera prejuízos para o trabalhador, para as empresas e para o Estado, afirmou.
Na reunião, o governador também anunciou que está sendo estudada a criação de uma central de serviços com o objetivo de otimizar áreas como segurança, limpeza e transporte dentro da estrutura do Governo.
COMENTÁRIO DO BJÁ
Na Assembleia Legislativa os deputados da Oposição, em especialmente Hildécio Meireles (PMDB) e Sandro Régis (DEM) dizem que a máquina pública do governo é inchada, tem muitas secretarias sem necessidade, há excessivo número de 'apaniguados' e isso não permite que o governo tenha folga de caixa.
Outros deputados, como Pablo Barroso (DEM) e Adolfo Viana (PSDB) dizem que o govenro gasta uma fábula em publicidade, mesmo sem ter o que mostrar ou em obras que ainda estão em andamento e que já absorvem milhões erm propaganda, como é o caso do metrô linha 2.
Na essência, o governador tem razão quando diz que a crise econômica só se resolverá após cessar a crise politica. Há um processo de impeachment da presidente Dilma em curso e sua fragilidade política só tem aumentado.