O laudo pericial do Departamento de Polícia Técnica é que vai determinar a causa da morte do garoto Marcos Vinícius Carvalho dos Santos, 2 anos, desaparecido desde a última sexta-feira (14) e que teve o corpo localizado na tarde desta quarta-feira (19), num areal, em Itapuã.

A informação é do delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, titular da 12ª Delegacia Territorial (Itapuã), durante coletiva realizada na manhã de hoje (20), no auditório do edifício-sede da Polícia Civil, na Piedade.

Acompanhados da delegada Albertina Machado, do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), o delegado Antônio Carlos e a titular da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), delegada Heloísa Simões, que apurava o desaparecimento de Marcos Vinícius, deram detalhes sobre a investigação que resultou na prisão em flagrante do cabeleireiro Rafael Pinheiro de Jesus, 28 anos, padrinho do garoto, e no indiciamento de Fabiana Pereira de Carvalho, 18, mãe do menino, e de Anira Freire Pinheiro, 47, mãe de Rafael.

Rafael foi autuado por homicídio e ocultação de cadáver e deverá responder ainda por denúncia caluniosa. No dia 14 de agosto, procurou a DPP para informar o desaparecimento do menino na feira, em Itapuã. Anira o acompanhou até a delegacia e confirmou a versão do filho. “Por tentar induzir à polícia ao erro na investigação, ela também será responsabilizada criminalmente”, explicou Heloísa Simões.

Intimado a comparecer na DT/Itapuã, Rafael só aceitou ir à unidade acompanhado de um advogado, o que chamou a atenção da polícia. Em depoimento, alegou que Marcos Vinícius passou mal depois de consumir leite – o menino tinha intolerância à lactose, além de um problema no pâncreas e de ser diabético – e tentou reanimá-lo. Ao perceber que ele não mais respirava, decidiu se livrar do cadáver.

Questionado sobre onde teria abandonado o corpo, disse inicialmente que o entregara a um usuário de drogas, afirmando, a seguir, que o transportara, dentro de um cooler de bebidas, até um areal em Itapuã, onde descartara.

Rafael teve prisão preventiva solicitada e já seguiu para o sistema prisional. A polícia apurou que ele, que tem RG de São Paulo, morou durante algum tempo naquele estado, onde chegou a ser conduzido a uma delegacia depois de denunciado por um homem, acusado de aplicar um golpe conhecido como Boa Noite, Cinderela.

Desde a sexta-feira (14), quando o desaparecimento de Marcos Vinícius foi registrado na Polícia Civil, oito pessoas foram ouvidas na DPP. “Ninguém viu o garoto na Feira de Itapuã, no dia que ele teria desaparecido”, salientou a titular da DPP.

Diligências foram realizadas na feira, num posto de gasolina próximo à casa de Rafael, num posto de saúde em Areia Branca (Lauro de Freitas) e também num pronto-socorro em Simões Filho, locais onde o garoto teria sido socorrido, mas nenhuma informação foi confirmada.

O cabeleireiro chegou a mobilizar pessoas, por meio de redes sociais, para encontrar o menino e até organizou uma passeata, em Itapuã, no último domingo (16), com distribuição de camisas personalizadas e exibição de cartazes.

A participação da mãe do garoto no crime também está sendo investigada. Ela, a princípio, vai responder criminalmente, com base no artigo 245, do Código Penal, por ter entregue o filho a uma pessoa estranha e inidônea.