Salvador

MOEMA PROPÕE PLEBISCITO PARA RESGATAR NOME DE SANTO AMARO DE IPITANGA

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| 15/01/2011 às 18:25
Moema homenageia dom Geraldo, em sua última missa como arcebispo, em Lauro
Foto: João Raimundo

Em clima de despedida das atividades cardinalícias, Dom Geraldo Magella presidiu, pela última vez como arcebispo primaz do Brasil, a festa do padroeiro de Lauro de Freitas, Santo Amaro de Ipitanga. O cardeal foi recibo com aplausos pelos fieis. Na igreja secular lotada de devotos, a comunidade deu seu testemunho de fé e devoção nos 403 anos de história da freguesia. As homenagens foram abertas com uma alvorada de fogos.


Ao lado do pároco Jair Arlego, Dom Geraldo, que em breve estará afastado do cardinalato, destacou na sua pregação a história de Santo Amaro. "Também conhecido como Mauro, ele era o discípulo mais notável de São Bento. Ambos são exemplos de fé e vida. Em 400 anos, temos na lembrança a trajetória de Santo Amaro de Ipitanga que traz para sua comunidade a regra dos beneditinos "Ora et labora", (rezar e trabalhar)".


Com o sentimento da despedida do pastor, os fieis se emocionaram com suas palavras que traduziam os ensinamentos do Santo Padroeiro. "Não existe amor a Deus se não houver amor ao próximo. Temos a tentação de pensarmos em nós e pouco se interessar pelo irmão. A tentação do consumismo que aumenta nosso egoísmo. O amor a Deus se faz no amor ao nosso irmão, na nossa capacidade de perdoar".

Catarina de Oliveira, 60 anos não segurou a emoção. "Sou nascida nesta cidade e dentro da barriga de minha mãe já participava das homenagens. Há mais de 6 décadas venho renovar meus votos de fé e agradecer ao meu santo protetor".


A prefeita Moema Gramacho, que fez a primeira leitura da liturgia, disse que o padroeiro Santo Amaro deu origem ao nome da cidade, chamada na época de freguesia de Santo Amaro. "Hoje, comemoramos 403 anos de história e quero, por meio de um plebiscito, resgatar o nome Santo Amaro de Ipitanga". Moema estava acompanhada de secretários e vereadores.


Durante a celebração, o padre Jair Arlêgo agradeceu o apoio da prefeitura de Lauro de Freitas, que se empenhou na realização da festa do padroeiro da cidade. "Posso observar a religiosidade dos laurofreitenses que tem uma relação de corpo e alma com a Igreja". As homenagens seguem no período da tarde com a procissão pelas ruas da cidade. A saída está marcada às 15h, do final de linha dos ônibus, Centro, e segue para Igreja Santo Amaro de Ipitanga, onde será celebrada a bênção do Santíssimo Sacramento.


Depois da solenidade, rodeado de fieis que faziam questão de cumprimentá-lo, Dom Geraldo disse que deixa o posto de cardeal arcebispo, mas não se afasta da Bahia. Dom Geraldo foi homenageado pela prefeita Moema com uma tela confeccionada em material reciclado pela equipe da Oficina de Papel da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, retratando São Pedro, primeiro chefe da igreja.


Segundo o secretário, Antônio Lírio, a festa do padroeiro é um dos momentos mais importantes da cidade. "Celebramos a nossa história, além de resgatar nossa identidade cultural. Este ano tivemos uma celebração mais religiosa. Durante toda semana, aconteceram os novenários e quermesses. Amanhã, vamos reunir grandes representações da nossa cultura para homenagear o padroeiro".


O Cortejo Cultural sai às 10h do final de linha. Organizado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, o desfile que reúne todas as manifestações populares da região, arrasta foliões e devotos até a Igreja Matriz para a tradicional lavagem das escadarias. Dezesseis grupos culturais entre eles samba de roda, ternos de reis, capoeiristas, baianas, penas de pau e outros, prestam homenagem ao santo padroeiro do município