AURELINO LEAL - O músico Jeferson Costa Fonseca, de 33 anos, está preso desde a última quinta-feira na delegacia de Aurelino Leal, a 80 quilômetros de Itabuna.

Ele conta emocionado que a vontade de ter um filho era tão grande, que o levou a procurar a mãe biológica da criança e oferecer todo o suporte financeiro durante sete meses até que o bebê nascesse.

'Eu venho cuidando dela desde os dois meses de vida, no ventre desta garota, quando ela falou em abortar. Eu pedi para ela não fazer isso, porque a criança teria pai e mãe: Eu e minha esposa, que estamos sendo acusados de sequestro, mas não houve isso', disse.

'Minha esposa chegou a dormir debaixo do leito do hospital, porque não tinha lugar para acompanhante dormir, só para acompanhar esta garota', prossegue.

A mãe, uma adolescente de 16 anos, que mora em Aurelino Leal, não tinha condições e ele pretendia criar a criança juntamente com a mulher, a professora universitária Adriana Machado, 41.

O casal foi preso na BR-101, em Eunápolis, após denúncia de sequestro do bebê feita pela mãe biológica. A situação se agravou porque no momento da prisão Jeferson apresentou uma declaração de nascido vivo do bebê falsificada.

A esposa de Jeferson foi liberada por falta de provas e ele foi encaminhado para a delegacia de polícia civil de Aurelino Leal, onde aguarda a conclusão do inquérito. Apesar de tudo, Jeferson ainda quer a guarda do bebê. 'Eu vou lutar por ele até quando tiver forças e que a justiça entenda que eu possa ser pai', falou.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Rhudson Barcelos, a declaração foi falsificada pela técnica de enfermagem Normélia Santos, prima de Jéferson, que trabalhava em um hospital de Ubaitaba. A técnica está afastada do emprego.

Ela se apresentou na tarde desta terça-feira (23), foi ouvida e liberada. Normélia confirmou que ajudou o casal porque soube que a criança seria abortada.

Ainda segundo a polícia, a mãe biológica do bebê foi intimada para ser ouvida na delegacia nesta quarta. A menor está sendo acusada de falso testemunho. Até o momento, ela não foi encontrada no endereço que apresentou na delegacia.

'Ela cometeu denúncia caluniosa, a partir do momento que nos procurou, acompanhada do Conselho Tutelar, e afirmou categoricamente que havia um sequestro em andamento,quando, na verdade, a gente apurou que ela deu o bebê ao casal, porque tinha um acordo com eles', disse o delegado.

A criança está sob os cuidados de uma conselheira tutelar até que o juiz determine com quem vai ficar. (Radar 64)