Salvador

VEREADOR DIZ: NÃO CUMPRIMENTO ACORDO É MANOBRA P/ PRIVATIZAR CORREIOS

Veja pronunciamento do vereador
| 11/07/2008 às 21:22

Em discurso na Câmara Municipal de Salvador o vereador Everaldo Augusto, PCdoB, expressa apoio aos empregados dos Correios em greve e faz grave denuncia sobre o processo de privatização da empresa.

Segundo ele, terceirizar serviços, extinguir conquistas, reduzir salários, precarizar a relação de emprego, faz parte de um filme já visto no passado em todas as empresas privatizadas. É apenas a primeira etapa da privatização. Depois de minar a resistência dos trabalhadores e atacar sua organização, o resto vem rápido e o leilão de privatização é apenas um detalhe, reafirma o vereador.


Atendendo a pedidos dos empregados dos Correios, e dos militantes da Corrente Sindical Classista, representados pela CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), mais uma vez ocupo a tribuna desta casa para externar meu apoio, e o apoio do nosso partido, PCdoB, à greve dos empregados dos Correios.


MAIOR EMPRESA

Os Correios são a maior empresa pública do país, possui cerca de 110 mil funcionários, 55 mil dos quais são carteiros. Na Bahia estão lotados 4.900 empregados. Em Salvador trabalham cerca de mil carteiros, submetidos a condições degradantes de trabalho, sob constante ameaça de doenças ocupacionais, sobretudo da coluna, e em permanente tensão, devido a violência urbana, da qual são alvos fáceis.

Tudo isso é agravado pela sobrecarga de trabalho, já que o número de carteiros na capital é insuficiente. Para atender a toda população seriam necessários 3 mil carteiros, três vezes mais que o  número existente hoje. 


Os empregados dos Correios estão em greve há dez dias. Pela segunda vez este ano os ecetistas recorrem à greve para exigir o cumprimento do acordo coletivo, assinado em novembro de 2007 pelo Ministro das Comunicações e pela FENTECT (Federação dos Trabalhadores dos Correios). O referido acordo garante, entre outras conquistas, o pagamento do percentual de 30% de periculosidade aos carteiros.

AMEAÇA

Digo aqui que, na opinião de nosso Partido, a atitude da direção dos Correios é inadmissível, abre um precedente muito grave nas relações de trabalho no país e é uma ameaça a todos trabalhadores. Vamos ainda mais longe, o não cumprimento do acordo assinado faz parte da estratégia de privatização dos Correios, que está em curso e que tem como alvo imediato as conquistas salariais, organizativas e políticas da categoria.

É preciso construir, o quanto antes, uma corrente de solidariedade aos trabalhadores dos Correios e constituir na sociedade um movimento contra a privatização da empresa, que tem grande simbolismo para a nação e é estratégica para a construção de um novo modelo de país, com desenvolvimento e eliminação das desigualdades. 


Por tudo isso, estamos do lado trabalhadores, contra a privatização dos Correios e pelo cumprimento imediato do acordo, inclusive do pagamento de 30% de insalubridade dos carteiros.