Quatorze pessoas presas e R$ 280 mil, 8 kg de cocaína, 1 kg de maconha, três pistolas, um revólver e vários documentos apreendidos.

  Este é o saldo parcial da "Operação Big Bang", que está sendo realizada em prisões e diversos bairros de Salvador pelo Ministério Público estadual, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e Polícias Civil e Militar.
 
   A operação, que cumpre 26 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão de armas e drogas desde às 5h30 da manhã de hoje, dia 2, tenta desarticular quadrilhas que comandam o tráfico de drogas, assaltos e lavagem de dinheiro na Bahia.

   A "Big Bang" está sendo conduzida pelos promotores de Justiça do Gaeco, Paulo Gomes e Ana Rita Nascimento e resulta de investigações conduzidas pelo MP e Superintendência de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP) após um assalto, em dezembro do ano passado, ao carro-forte da empresa Brinks, quando dez homens armados renderam os vigilantes que faziam entrega de malotes do Unibanco e roubaram cerca de R$ 435 mil.

   Duas das maiores quadrilhas de narcotraficantes da Bahia, com atuação inclusive na Penitenciária Lemos Brito (PLB), foram identificadas durante as investigações, que descobriram também a participação de membros do grupo no assalto ao Banco do Brasil da cidade de Nazaré (a 216 km de Salvador), no último dia 28 de abril.

  "PERNA"LIDERA

  Na penitenciária Lemos Brito, os policiais encontraram R$ 280 mil - em espécie - na cela do traficante Genilson Lino da Silva, o "Perna".

  "Perna" lidera a principal organização de narcotráfico da Bahia. "A quadrilha estava comandando tráfico, assaltos e homicídios. Dentro da cela, foram achadas duas pistolas e R$ 280 mil. Detalhe: em espécie!", diz a promotora do MP Ana Rita Nascimento.
 
   Outro grupo criminoso também é alvo da "Big Bang". Era liderado pelo traficante Pitty (Ederson de Souza Santos), morto em 2006 pela polícia. A promotora afirma que as investigações pretendem reduzir a incidência de homicídios relacionados ao tráfico de drogas, em Salvador. 

   A inteligência da SSP ampliou o monitoramento dos grupos depois de um assalto a carro-forte, em dezembro de 2006. Dez homens renderam os vigilantes e roubaram cerca de R$ 435 mil do Unibanco. Segundo Ana Rita, o a penitenciária era um dos pontos de comando.

   Nos últimos meses, o governo da Bahia passa por críticas em razão do aumento dos índices de violência. Houve troca de secretário de Segurança. Um carro da Defesa Civil chegou a ser recebido a bala quando foi inspecionar uma área de risco de desabamento, após forte chuva na capital.

  COMENTÁRIO
  BAHIA JÁ

  Pelos dados iniciais dívulgados pelo Ministério Público Estadual na Operação "Big bang" vê-se que a vigilância interna nos presídios de Salvador é extremamente falha, e que o narcotráfico se espalhou na cidade e está sem controle.