Nesta segunda-feira, 21, acontece no Teatro Castro Alves um ato público em celebração pela passagem do Dia Nacional à Intolerância Religiosa, a partir das 18h30min numa promoção da vereadora Olívia Santana e do deputado federal Daniel Almeida, ambos do PCdoB.

  O dia já é adotado em Salvador como data que marca a luta pelo respeito à diversidade religiosa, após lei aprovada pela Câmara Municipal, baseada em projeto apresentado pela vereadora Olívia Santana. Só que agora a data tem caráter nacional, pois em 27 de dezembro passado, o presidente Lula sancionou a Lei 11.635, aprovada pela Câmara Federal.

   O propositor da nova lei foi o deputado baiano Daniel Almeida numa homenagem à memória de Mãe Gilda, que morreu em 21 de janeiro de 2000. Um ano antes ela teve sua imagem depreciada no Jornal Folha Universal, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). A edição em questão pegou uma foto da Yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum, publicada em 1992 pela revista Veja, e republicou a imagem em 1999, colocando uma tarja preta sobre o rosto de Mãe Gilda e a frase: "Macumbeiros charlatões lesam bolso e vida de cliente".

  Abatida, Mãe Gilda teve complicações de saúde, falecendo um ano depois. A família entrou com uma ação judicial de reparação contra a IURD, conquistando vitória em primeira instância. A justiça determinou publicação da sentença no jornal da Igreja, pagamento de indenização por danos morais e abertura de processo criminal contra a Universal, que recorreu da decisão. Em 2005, o Tribunal de Justiça confirmou a condenação.